O Natal na Rússia

Gostaria de parabenizar Timothy Bancroft-Hinchey pelo seu artigo no Pravda mostrando como é o Natal russo. Obedecendo ao calendário Juliano, é comemorado no dia 6 de janeiro.

Quanto à festa, não existe diferença entre os rituais brasileiros e russos.

A ceia e seus preparativos é que diferem um pouco. Como fomos colonizados por portugueses, a Ceia de Natal é tipicamente oriunda daquele país. Não é muito diferente da russa. Existe semelhança, acredito, no mundo inteiro. No Brasil, é típico o famoso peru de Natal, sempre acompanhado de presunto e farofa. E ao final da ceia é servida uma salada de frutas, pois estamos num país tropical e a comemoração Natalina ocorre em pleno verão.

Um prato servido na Rússia, segundo Timothy, chamou-me a atenção. É a feijoada, que penso tipicamente brasileira. Por curiosidade, a nossa é feita na maneira mais tradicional. Feijão preto, prato de carnes tais como: toucinho, paio, lingüiça, carne de peito de boi, carne seca, e alguns acrescentam miúdos de porco, acompanhado de couve picada, cozida e arroz. É realmente um prato delicioso, mas nunca servido no Natal. É forte demais, e tem a característica de ser servido antes da caipirinha, também genuinamente brasileira. Dou a maneira de ser preparada. Num copo de fundo grosso, são colocadas fatias de limão e pouco açúcar. São esmagados com instrumento próprio, bastante assemelhado aos que se usam nos laboratórios de Química. Depois de estarem prontos, acrescenta-se cachaça branca, de boa qualidade. Mistura-se bem, ser ir à coqueteleira e serve-se com muito gelo moído. Esta é a mais tradicional e verd adeira caipirinha.

Muitos podem perguntar qual é a causa de um comentarista político e escritor estar falando neste assunto. A resposta é imediata. Os povos são semelhantes, e os homens são iguais.

Gostaria muito, embora sendo passado o Natal, que o espírito de fraternidade entre os homens e nações fosse cultivado. Sempre é tempo para reflexões neste sentido, entre todos os habitantes deste planeta.

Foi uma grande vitória esta abertura russa. Mostrou ao mundo que nada tem de diferente, no meio dos homens, de outros países. Os laços russo-brasileiros estreitam-se.

O homem não pode ser uma pessoa isolada. Não sou eu quem afirma tal verdade. É Aristóteles, o maior filósofo que temos noticia.

Feliz ano a todos. Que o espírito de fraternidade nos uma para sempre.

Jorge SADER

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