ISIL ataca no Iraque e Líbano

ISIL ataca no Iraque e Líbano (New York Times esconde a notícia)

O ISIL [(ing.) "Estado Islâmico no Iraque e Levante", às vezes ISIS (ing.) "Estado Islâmico no Iraque e na Síria"] está em marcha. Nos últimos dias, já tomou várias cidades no Iraque e hoje atacou e tomou a cidade e a província de Sinjar.


O ISIL [(ing.) "Estado Islâmico no Iraque e Levante", às vezes ISIS (ing.) "Estado Islâmico no Iraque e na Síria"] está em marcha. Nos últimos dias, já tomou várias cidades no Iraque e hoje atacou e tomou a cidade e a província de Sinjar. É região no noroeste do Iraque, no governorado de Nineveh; a província, próxima de Mosul, estava sob controle da guerrilha curda Peshmerga. Os curdos abandonaram seus postos, quando ficaram sem munição. Muitas vilas naquela área são habitadas por iazidis, de uma comunidade etnorreligiosa de curdos, que pratica uma religião muito antiga, assemelhada ao zoroastrismo.


3/8/2014, Moon of Alabama - http://goo.gl/Yj8W1c


Segundo a ONU, mais de 200 mil iazidis[1] abandonaram suas casas, de medo de serem mortos pelos selvagens do ISIL.

Os combates estão tomando a direção da barragem de Mosul, alvo estratégico mais importante que a cidade à qual a barragem deu nome. Hoje, a barragem ainda está sob controle de forças curdas, mas com o ISIL já se aproximando para atacar por dois lados, a posição atual dos curdos está ameaçada.

Só agora se começa a ver quanto poder material o ISIL ganhou, depois que algumas divisões do exército iraquiano em torno de Mosul simplesmente se dissolveram ao primeiro ataque que sofreram. O ISIL capturou quase todas as armas de quatro divisões de exército, incluindo tanques, mísseis e milhares de toneladas de munição. Mais do que suficiente para armar um exército mecanizado de cerca de 60 mil homens. O ISIL também ganhou acesso a capacidades de defesa antiaérea muito superiores aos lançadores portáteis de míssies (MANPADs) que tinham antes.

Os EUA ordenaram[2] que seus aviões voem em altitudes superiores às normais, sobre o Iraque:


"Aeronaves norte-americanas estão proibidas de sobrevoar o Iraque em altitudes inferiores a 30 mil pés - disse a Administração Federal de Aviação. A agência, que já proibira as aeronaves de voar abaixo de 20 mil pés, distribuiu as novas regras por causa da "situação potencialmente perigosa criada pelo conflito armado no Iraque."


O ISIL não está atacando só no Iraque. Na Síria, perto da fronteira libanesa, o exército sírio com apoio do Hizbollah está limpando a área ocidental montanhosa do Qalamon, para onde fugiam vários milhares de terroristas ativos contra o governo sírio. A cidade libanesa de Arsal, junto à fronteira, é a principal base de apoio desses terroristas. O exército libanês isolara por algum tempo a cidade, mas nas últimas 24 horas foi atacado por grandes grupos de terroristas do ISIL. Vários soldados e policiais libaneses foram mortos e alguns foram capturados. O exército libanês já enviou mais forças para lá, mas a luta parece ser muito violenta. Se o ISIL conseguir passar por Arsal, estará em condição de atacar outras áreas no Líbano, inclusive áreas que dão apoio ao Hizbollah.
Até aí, são os fatos.

O noticiário publicado pelo New York Times, porém, sobre o ataque contra Arsal é, pode-se dizer, chocante, ou é (intencionalmente) simplório, sobre as forças atacantes. O leitor tem de ler mais de dez parágrafos, até ser informado de que os atacantes são terroristas leais ao famigerado ISIL. O golpe de mascaramento começa já na manchete: "Pistoleiros vindos da Síria atacam postos do exército no Líbano":[3]


Pistoleiros
que chegaram ao nordeste do Líbano vindos da Síria atacaram vários postos do exército numa cidade fronteiriça no sábado, no que pareceu ser esforço para conseguir resgatar um rebelde sírio que foi sequestrado por soldados libaneses.
...
... os pistoleiros, identificados como combatentes rebelados vindos do lado sírio.
...
... ataques por pistoleiros ...
...
... pistoleiros atacaram também casas tomadas por rebeldes...
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... os pistoleiros sequestraram 17 membros das forças de segurança num posto policial e tentaram trocá-los pelo rebelde sírio Imad Ahmad Jomaa, ...
...
... combatentes rebeldes entraram no Líbano ...
...
... o exército prendeu o Sr. Jomaa, acusado de comandar uma brigada rebelde que se unira à Frente al-Nusra, ...
...
... num vídeo postado no final do mês passado no YouTube, o Sr. Jomaa e membros de sua brigada são vistos jurando lealdade a grupo muito mais extremista, o Estado Islâmico no Iraque e Síria, ISIL
...
Os rebeldes que atacaram...
...
... pelo menos num nível local, o Sr. Jomaa e seus combatentes abraçaram recentemente o ISIL.


Por que o NYT  dá-se tanto trabalho para esconder o fato?

É preciso ler tudo, até os últimos parágrafos da matéria publicada pelo NYT para descobrir que os "pistoleiros" locais e os sempre glorificados "rebeldes sírios" envolvidos no ataque ao exército libanês são terroristas associados ao ISIL (Estado Islâmico no Iraque e no Levante).  

Mais recomendável seria o jornal fazer soar todos os alarmes, se esses radicais, agora com enorme potencial militar, estão-se lançando massivamente contra forças de segurança do Líbano. *****

 


[1] http://uniraq.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=2305:un-calls-for-urgent-cooperation-between-baghdad-and-erbil-in-the-wake-of-sinjar-tragedy&Itemid=605&lang=en

[2] http://www.foxnews.com/travel/2014/08/02/us-orders-airlines-to-fly-at-higher-altitudes-over-iraq/

[3] http://www.nytimes.com/2014/08/03/world/middleeast/gunmen-from-syria-hit-army-checkpoints-in-lebanon.html?ref=world&_r=2

 

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