Ataque às FARC em 2008: Equador pede explicações

Equador pede que EUA expliquem suposta participação em ataque às FARC em 2008

Operação ocorreu em território equatoriano; Colômbia já se desculpou pelo ocorrido
 
Agência Efe


O governo do Equador pediu na noite desta sexta-feira (28/12) que os Estados Unidos expliquem a suposta participação direta da CIA em um bombardeio colombiano ocorrido em março de 2008 contra uma base das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano.


A informação foi dada pelo chanceler do Equador, Ricardo Patiño, após receber em seu escritório o embaixador dos EUA em Quito, Adam Namm. O diplomata foi convocado pelo chefe da diplomacia equatoriana para que explique uma informação do jornal The Washington Post, que revela o apoio secreto da agência de inteligência norte-americana para matar chefes guerrilheiros colombianos.


Segundo Patiño, a informação jornalística revela a participação direta da CIA no ataque militar executado pela Colômbia no dia 1º de março de 2008 contra uma base ilegal das FARC na área equatoriana de Angostura.


Esse ataque, executado pelo governo do então presidente colombiano Álvaro Uribe, sem permissão nem aviso ao Equador, provocou o rompimento das relações entre os dois países, uma vez que as autoridades equatorianas consideraram que sua soberania territorial foi violada.


Embora o Equador tenha restabelecido sua relação com a Colômbia em 2010, com o presidente Juan Manuel Santos no poder, a revelação do Washington Post gerou novas dúvidas sobre a operação, sobretudo pela possível participação direta da CIA.


"Há uma parte que é muito grave, especialmente grave. Há muitas, mas uma especialmente grave" na qual "se indica que as chaves para o manejo das bombas inteligentes estavam nas mãos da CIA" e que essa agência não as tinha entregue às forças militares colombianas "antes de 2010", dois anos depois do ataque, comentou Patiño.


"Se é assim, se isso for confirmado, significa que a CIA teve uma participação direta no bombardeio", acrescentou.


Por isso, o chefe da diplomacia equatoriana disse que entregou a Namm um pedido de "resposta oficial do governo dos Estados Unidos" sobre essas revelações.
De acordo com o chanceler, Namm respondeu que em princípio não podia contestar um assunto relacionado com "temas de inteligência".


No entanto, Patiño alegou ao embaixador que este não é um assunto dessa índole, mas "um ataque militar" no qual os EUA estariam envolvidos.


O embaixador prometeu que oferecerá um pronunciamento, acrescentou Patiño, que também conversará sobre o assunto com o governo colombiano, que já se desculpou com o Equador pelo ataque em seu território.
A investigação publicada pelo Washington Post mostra que EUA e Colômbia fortaleceram sua estreita relação militar desde 2000 com a efetivação de um programa secreto da CIA que permitiu ajudar a matar dezenas de líderes guerrilheiros.


O programa, autorizado pelo então presidente norte-americano George W. Bush em 2000 e prolongado pelo atual líder, Barack Obama, incluía a utilização de bombas inteligentes guiadas por sistemas GPS, segundo o jornal.


Uma das operações foi lançada em março de 2008 contra o então segundo no comando das FARC, conhecido como Raúl Reyes, na área equatoriana de Angostura, de acordo com o Washington Post.
 
(*) com agências de notícias internacionais

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