Brasil: Perda de postos de trabalho no DF

Instituto Brasiliense de Estudos da Economia Regional - IBRASE Conselho Federal de Economia - Comissão de Desenvolvimento Regional

Análise do mercado de trabalho no Distrito Federal e sua área metropolitana - nota técnica perda de postos de trabalho com carteira assinada no DF supera 50 mil desde janeiro de 2015 contingente desempregado no DF alcança 300 mil em maio/2016 e é novo recorde histórico. Na área metropolitana, desempregados são 454 mil e taxa de desemprego alcança 20,1%.

O contingente desempregado no Distrito Federal voltou a aumentar, atingindo novo recorde histórico no mês de maio de 2016, com nada menos que 299 mil pessoas sem ocupação na Capital da República. Em 2015, pela primeira vez na série histórica de 23 anos da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED/DF), ocorrera a eliminação de postos de trabalho no DF - 37 mil em relação ao contingente existente em dezembro de 2014, processo que prossegue nesses cinco primeiros meses de 2016, com a perda de mais 13 mil, totalizando 50 mil nos últimos 17 meses. .

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED/DF

No mesmo período, em decorrência do crescimento populacional ainda vigoroso na Capital da República e de um pequeno aumento na Taxa de Participação, a População Economicamente Ativa (PEA) do Distrito Federal aumentou em 72 mil, de 1,511 milhão para 1,584 milhão, de forma que, somado à redução de 50 mil postos de trabalho, elevou o contingente desempregado em 122 mil, de 177 mil para os atuais 299 mil.

A perda de empregos tem ocorrido, sobretudo, entre os assalariados com carteira assinada. Desde janeiro de 2015, quando totalizava 607 mil postos de trabalho, já houve a eliminação de 52 mil postos de trabalho nesta categoria, recuando para os atuais 555 mil. A perda ocorreu também, ainda que de forma moderada, entre os assalariados do setor público (redução de 4 mil), mas se considerarmos os últimos 4 anos, a perda foi expressiva, alcançando 17 mil.

Já entre os assalariados do setor privado sem carteira assinada, empregados domésticos e autônomos, ocorreu relativa estabilidade, com diminutas variações. Crescimento ocorreu, de fato, apenas no grupo "outros", que compreende principalmente empregadores, com aumento de 15 mil postos de trabalho, compensando parcialmente a perda de empregos com carteira assinada. Deve-se observar que os dados apresentados pela PED/DF escondem uma realidade ainda mais dramática, pois eles não incluem a Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), conjunto de 12 municípios goianos conturbados ou em processo de conturbação com o DF. Uma simples simulação, conservadora, considerando que a taxa de desemprego da PMB seja similar a do Grupo 3 da PED/DF (que agrupa as Regiões Administrativas de menor rendimento médio no DF, e que foi de 22,8%), resultaria num contingente desempregado na PMB de 154 mil. Somados aos 299 mil desempregados no DF, totalizaria 454 mil desempregados no conjunto da área metropolitana, elevando a taxa de desemprego metropolitano para 20,1%, simplesmente a 2ª maior taxa entre as metrópoles brasileiras, inferior apenas à da Região Metropolitana de Salvador. Brasília, 30 de junho de 2016

Júlio Miragaya, Presidente do Ibrase e do Conselho Federal de Economia

COFECON

 

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