Por Que o Assassinato da Marielle É Altamente Perturbador

Por Que o Assassinato da Marielle É Altamente Perturbador


Edu Montesanti


O assassinato da Marielle Franco não é mais um entre milhares, como a maioria idiotizada por excrecências como Rede GloboVejaEstadãoe diversos reaças tupiniquis têm afirmado, por alguns motivos mundialmente claros (nesta terça-feira, entre manifestações populares em todo o mundo, foi a vez de The Washington Post concordar com este autor e com todos os habitantes da Terra exceto uma centena e tantas dezenas de milhões de basileiros, autoconsiderados a "nata intelectual e moral": o jornal norte-americano publicou reportagem indignada com a morte da ativista pelos direitos humanos no Rio).

Antes de mais nada, trata-se de uma vereadora. Assassinada brutalmente (= crime hediondo) em pleno Centro da segunda maior metrópole do País. Marielle foi morta com uma arma capaz de atirar 20 balas por segundo (!) um dia após ter denunciado, como vinha fazendo, o 41º Batalhão de Polícia Militar da sua cidade, o mais violento do mundo.

O assassiato da Marielle, ativista pelos direitos humanos, não é mais um, vitima de violência "fortuita" como andam palrando especialmente os ignorantes, histéricos, raivosos e devastadores setores reacionários pois teve um motivo bem claro; silenciar uma voz que denunciava os crimes contra sua gente, gente das favelas e de sua etnia, a negra. E aí mesmo está o grande problema para o brasileiro médio, dono de mentalidade elitista.

Diferentemente de seus politiqueiros de estimação, que os enganam com estupidez/márquetim político de péssimo nívelcomo o "gestor e não político" prefeito paulistano João Dória, bem à altura da mentalidade dessa gente, Marielle não vivia engabinetada, e foi enterrada em um cemitério ao lado de outros favelados: morreu tão barbaramente quanto brava e dignamente!

O assassinato da Marielle esfrega na cara da sociedade e do mundo a máfia policial - que deveria, ao menos por motivo de mínima coerência, indignar os reaças tupiniuins -, e a própria insegurança pública. 

E, a grande ferida, o assassinato de Marielle escancara, tanto quanto a resposta de milhões de imbecis a ele, o ódio étnico e classista, uma guerra declarada contra negros, vermelhos e pobres deste país falido!

Essa voz eles querem silenciar. Essa vergonha contra si, tentam abafar.

Por fim, imaginemos por um instante (o famoso "olhar-se no espelho", da psicanálise): como estaria o País hoje se fosse o deputado carioca Jair Bolsonaro assassinado daquela maneira, naquele lugar, e mais, após ter denunciado constantemente militantes de esquerda, e ter sido por eles ameaçado?

Marielle, presente, nosso amor! 

 

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