INT: projeto para rochas artificiais

Produzir rochas artificiais a partir de resíduos graúdos de rochas processadas. Esse é um dos projetos em desenvolvimento no Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), do Rio de Janeiro há mais de um ano. Resultado do processo de lapidação em áreas de mineração, esses resíduos são classificados em duas categorias: finos e graúdos.


O INT, que atua com políticas em desenvolvimento voltadas para essa área, realizou há alguns anos um trabalho buscando uma solução econômica e técnica para a eliminação dos resíduos finos – resto do cortes das rochas -, que eram descartados na natureza. O resultado desse estudo, que apontou o emprego positivo para aquele material, foi adotado pela iniciativa privada, com a instalação de uma fábrica de argamassa, que entrou em operação em julho de 2008, na cidade de Santo Antônio de Pádua.


Por outro lado, o emprego dos resíduos graúdos, que são as aparas das rochas, é incipiente. Ou são descartados, ou são parcialmente transformados em brita, matéria prima utilizada na produção do concreto. Como o valor agregado da brita é baixo, buscou-se encontrar uma solução em termos de utilização com um valor maior. "A idéia foi encontrar uma alternativa, via uso desses resíduos graúdos, na qual pudesse estar reconstituída a própria rocha natural, com características e qualidades compatíveis, por meio de uma rocha artificial", explica José Carlos da Rocha, engenheiro do INT.


Com propriedades visuais, mecânicas e físicas similares às naturais, as rochas artificiais ainda têm a vantagem de resistirem melhor ao impacto e à quebra, explica Carlos da Rocha. "Com o material polímero, utilizado em 15% de sua composição, a rocha artificial se torna mais resistente".


Os 85% restantes são formados pelo próprio resíduo das rochas, garantido a aparência semelhante às pedras naturais. Após a conclusão do projeto, as rochas artificiais podem ser empregadas no revestimento de paredes, pisos, em forma de azulejos e em aplicações inovadoras, como a confecção de móveis.


O projeto, iniciado em 2007, tendo o INT como responsável pela etapa de pesquisa, teve a parceria do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM/RJ), e do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem/MCT). Em 2008, no final da primeira fase, mostrou-se ser viável o uso de grande parte desses resíduos graúdos e britados em menor tamanho - pedrinhas - para obtenção de rochas artificiais de características físicas, mecânicas e qualidade visual similar à rocha natural, podendo assim, ser comercializada.


De acordo com o técnico, para que uma tecnologia seja transformada em uma inovação, ela deve virar produto e ser colocada no mercado. Entretanto, esse processo depende de apoio financeiro. "O INT apresentou um projeto para a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e obteve recurso para fazer uma otimização do processo de tecnologia desenvolvido no projeto anterior, em parceira com o DRM e com Cetem. Hoje, o INT conduz esse processo, buscando o refinamento de tecnologia e também do estudo de viabilidade tecno-econômica. A finalidade é demostrar que a técnica é reprodutiva e que as peças otimizadas são de alta qualidade", explica Carlos da Rocha.

 
Segundo ele, a etapa que antecede a transferência de tecnologia, ou seja, o processo técnico, é viável economicamente, uma vez que os produtos obtidos são de excelente qualidade, o que possibilita o repasse a médio prazo para a iniciativa privada.


Uma empresa foi contratada para fazer o estudo de viabilidade técnica-econômica e a expectativa é de que até o fim do ano esta etapa esteja concluída para se iniciar a fase de repasse de tecnologia. "A transferência se dará a partir do início de 2009, mas não existe uma data definida. Esse processo obedecerá os trâmite estabelecidos e todas as questões de normalização relacionadas ao INT", informa Carlos Rocha.

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