Fogo ou incêndio: A floresta sobreviverá? O Papel do Conhecimento nas Decisões

A problemática do fogo rural em Portugal e o papel que o conhecimento pode desempenhar como pilar no plano de defesa da floresta estavam em discussão no dia 10 de março, na Reitoria da Universidade de Lisboa, num seminário promovido pela AIFF, entidade gestora do cluster da indústria de base florestal: cortiça, madeira, mobiliário, pasta, papel e embalagem, e pelo Colégio Food, Farming and Forestry (F3) da Universidade de Lisboa.

O mote da iniciativa é simples e tem raízes na sabedoria popular "o fogo é um bom criado mas um mau patrão". É com base neste mote que investigadores e académicos de todo o país, profissionais do setor, e representantes de entidades privadas e públicas se vão juntar, no dia 10 de março na Reitoria da Universidade de Lisboa, para debater o flagelo que, todos os anos em Portugal, destrói pessoas, o oxigénio que respiramos, casas e florestas, com graves prejuízos económicos, ambientais e sociais. O fogo rural é uma questão social.

Portugal é o país da União Europeia campeão neste campeonato. Porquê? E de que maneira a investigação que se faz em Portugal, muitas vezes em colaboração com outros países, pode e deve ajudar a desmistificar o "Fogo"? Não pode e deve o conhecimento ser um pilar do Plano de Defesa da Floresta contra Incêndios?

O país conta, na fileira florestal, com empresas que são líderes europeias e mundiais dos sectores em que exercem a sua actividade. Por outro lado, esta fileira, no seu conjunto, contribui já hoje de forma muito significativa para a redução do desequilíbrio das contas com o exterior, que é certamente um dos desafios mais difíceis com que a economia portuguesa se confronta. Mas Portugal dispõe ainda, no que respeita à produção florestal, de grandes potencialidades para se desenvolver ainda mais, sendo certo que o aproveitamento dessas potencialidades é essencial para que todo o sector possa crescer e contribuir cada vez mais significativamente para o crescimento económico do país e para o equilíbrio das suas contas. (V. anexo)

Ao reconhecer a floresta como um bem público, o fogo rural português é entendido como um desafio social que precisa de conhecimento para informar políticas públicas e decisões de sectores fundamentais da economia. A recente consulta pública sobre a Reforma da Floresta confere ainda maior relevância e atualidade a este tema.

Para que seja possível concretizar esta ambição, é preciso um trabalho conjunto e continuado nas áreas da inovação e investigação e acreditamos, sem dúvidas, que o caminho que devemos trilhar para Portugal assenta na base do conhecimento e sustentabilidade. O Seminário pretende, assim, apresentar, como conclusão dos trabalhos, um "Centro de Conhecimento do Fogo Rural" de âmbito nacional.

Esta iniciativa contou com o alto patrocínio e a presença de Sua Excelência, o Presidente da República.

AIFF - Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal, entidade gestora do cluster da indústria de base florestal que envolve atores empresariais que têm em comum a transformação de cortiça ou madeira, entidades não empresariais do SI&I, formação profissional, associações empresariais e outras estruturas e cuja missão é criar, promover e incentivar um centro nacional de competitividade, conhecimento, inovação e tecnologia, de vocação internacional com vista ao desenvolvimento da fileira florestal.

Colégio F3 - Colégio Food, Farming and Forestry, catalisador da criação de conhecimento transdisciplinar nas áreas de alimentação, agricultura e florestas na Universidade de Lisboa constituindo, nesse quadro, o elemento dinamizador de uma abordagem holística de promoção do desenvolvimento científico e tecnológico e do ensino para a inovação nos sectores agroflorestal e alimentar, sendo elemento motor de políticas públicas antecipativas perante os múltiplos desafios com que a sociedade se confronta.

Fonte: Universidade de Lisboa

 

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