A reformas bancárias na Rússia

Trata-se não duma peça de teatro, mas um assunto sério que tem de ser abordado com responsabilidade e seriedade. Não foi o que encontrei na conferência inter-regional “Assuntos práticos no desenvolvimento da estratégia bancária na Rússia” em Junho passado.

Valery Zubov, Presidente da Comissão da Duma para organizações de crédito e mercados financeiros, disse à Pravda.Ru: “Os nossos bancos têm de trabalhar para que a economia da Rússia aumente. Temos de ter um sistema em que pequenas empresas têm acesso a crédito em toda a Rússia. Se não houver acesso fácil a crédito, não vale a pena reformar o sistema bancário”.

Quando foi-lhe perguntado como podem as pequenas empresas russas dar uma garantia à instituição de crédito, quando não têm bens, a resposta foi que “Esperamos que os banqueiros russos irão aprender os métodos utilizados no Ocidente”.

Vamos lembrar as palavras do Julian Schweizer, o Director do Banco Mundial na Rússia. No ano passado, numa conferência sobre o sistema bancário na Rússia, ele declarou: “Há alguns assuntos que ainda não foram resolvidos. O maior é que as pequenas empresas encontram dificuldades quando tentar adquirir crédito”.

Outro assunto pertinente é o dos métodos de contabilismo. A firma PriceWaterhouseCoopers ganhou o contracto e juntamente com Tacis, está a ajudar o Banco Central da Rússia a introduzir os novos métodos de contabilismo, o que é uma tarefa enorme, dado que quase todas as práticas do Banco Central têm de ser re-escritas até 1 de Janeiro de 2004.

Em Junho deste ano, Alexander Bolshakov, Partner em PriceWaterhouseCoopers na Federação Russa, disse que “Cerca de 100 bancos sabem fazer as contas de acordo com as novas práticas. Outros 1,200 bancos percebem pouco sobre o assunto”. Assim sendo, o sucesso da operação é longe de ser garantido.

Por causa da tarefa monumental que a Rússia encara, muitas instituições no ocidente vão continuar a não confiar no mercado financeiro russo por muitos anos. É então de esperar que embora comecem a andar juntos, a Rússia e o ocidente estarão mundos à parte no próximo futuro no que diz respeito aos mercados. A situação não é facilitada pelo facto que a FATF incluiu a Rússia na lista de países com fracos resultados no combate a actividades financeiras com origem criminoso, com Israel, Chipre e Ucrânia. O governo diz que a área bancária não está involvido suficientemente na economia. Diz que os bancos não criticam a política económica devidamente. No entanto, é o governo que tem de liderar pelo seu exemplo, de mostrar uma política e estratégia de investimento. Até lá, haverá tantas perguntas, sem resposta.

Pavel POLUYAN PRAVDA.Ru

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X