Desarmamento Químico é um Problema de Importância Nacional na Rússia

Neste momento, a Rússia possui sete arsenais situados em seis regiões do país, que incluem 40 mil toneladas de munições químicas de toda a espécie, inclusive 32,2 mil toneladas de sarin, de zoman e de VX e 7,8 mil toneladas de iprit, de luisit e de seus compostos.

A destruição das armas químicas está a ser efectuada de acordo com a “Convenção sobre a Proibição da Elaboração, Produção, Armazenamento e Uso das Armas Químicas, e sobre a sua Destruição", aprovada em Genebra, em 1992. até hoje, este documento já foi assinado por mais de 150 países entre os quais figuram os principais detentores das armas químicas, isto é, a Rússia e os EUA.

Ao subscrever esta Convenção, em Novembro de 1997, a Rússia assumiu vários compromissos no sentido de liquidar os seus armamentos químicos. A constituição, em 2001, em conformidade com um decreto do Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, da Comissão Nacional para o Desarmamento Químico representa um passo importante rumo ao desarmamento químico. Foi aprovado e já está a ser concretizado o Programa Federal para a Destruição das Armas Químicas, de acordo com o qual já foi liquidado o armamento químico da 2ª categoria, do qual fazem parte os projécteis de artilharia de 122 mm portadores de fosgen. Também já foram destruídos totalmente os armamentos de 3ª categoria integrada por munições químicas não embaladas e também por cargas explosivas e de pólvora.

Na vila de Gorni, na Região de Saratov foi construída uma empresa para a destruição de armas químicas da 1ª categoria, а qual pertencem os seguintes agentes tóxicos: o sarin, o zoman, o iprit e o luisit. Esta empresa será posta em exploração nos finais do corrente. Por outro lado, a Comissão Nacional para o Desarmamento Químico considera que é necessário acelerar a destruição das armas químicas na Rússia. Esta situação deve-se a várias ameaças concretas. Primeiro, estão a chegar ao fim os prazos de armazenamento seguro das munições. Segundo os dados do monitoramento permanente, está a aumentar o número de projécteis e bombas aéreas com substâncias tóxicas em mau estado de conservação. Na opinião dos peritos, se nos próximos dez ou doze anos a Rússia não conseguir liquidar as armas químicas, o seu armazenamento posterior poderá provocar consequências desastrosas. Este é um problema que adquire uma importância nacional, da solução do qual depende a segurança do país.

A segunda ameaça deve-se ao aumento do perigo real do terrorismo internacional. Os trágicos acontecimentos em Nova Iorque, em Moscovo, na ilha de Bali e outras regiões do mundo são disto uma prova convincente. Torna-se sobretudo alarmante o facto de terem surgido meios inéditos de transporte de armas. Já não se trata de mísseis ou aviões, mas sim de indivíduos suicidas que não se importam de morrer para alcançar os seus objectivos ideológicos e religiosos. Deste ponto de vista, as armas químicas vão-se tornando ainda mais perigosas do que as armas nucleares. Segundo os peritos, não custa nada transportar estas armas para qualquer local do mundo, onde se planeie lançar um ataque terrorista, sendo, ainda por cima, muito mais difícil controlar a propagação das armas químicas do que das armas nucleares. Portanto, há que ter sempre presente o facto que os terroristas farão os possíveis para obter armas químicas.

Nesta conjuntura, os países signatários da Convenção devem reforçar a segurança dos seus arsenais químicos e aumentar o controle sobre a sua não proliferação.

No entanto, por mais rigorosas que sejam as medidas tomadas neste sentido, nunca se poderá ter a certeza absoluta que as armas químicas não irão parar em mãos dos terroristas. Estas garantias só podem ser dadas depois da liquidação total destas armas.

Um certo optimismo neste aspecto inspira-nos o Acordo de Kananaskis, assinado pelos Presidentes dos "G-8", no Canadá. Este documento, intitulado de "A Parceria Global", coloca a liquidação dos armamentos químicos entre as tarefas mais prementes da Humanidade, criando um ponto de partida para grandes alterações tanto no sistema das relações internacionais, como na área de processos sociais no mundo.

Assistimos а formação de uma nova visão do mundo e duma nova área de actividade social. Por outras palavras, pretende-se criar um mundo livre de armas. Neste domínio, vai aumentando cada vez mais o papel das organizações sociais. Por exemplo, o "Clube Civil", o "Movimento Ecológico Social", "A Casa Limpa" e "A Cruz Verde" russa sugeriram realizar, em Junho de 2003, um fórum internacional sob a palavra de ordem "Adeus às Armas".

Na ideia dos seus promotores, esta acção deverá ser a reacção da opinião pública internacional ao início da destruição das armas químicas pela Rússia, contribuindo para a transformação do controle sobre a liquidação dos armamentos químicos com participação directa das organizações sociais neste processo. Dado que um problema desta envergadura não pode ser resolvido por um grupo restrito de peritos, há que concentrar os esforços de toda a comunidade internacional nesta área.

Muitas personalidades políticas russas de renome apoiaram a ideia de convocação do fórum. Por exemplo, Mikhail Marguelov, presidente da Comissão para os Assuntos Internacionais do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento da Rússia), foi designado presidente do comité organizador. Esta iniciativa deverá contar com a participação de diversos políticos e representantes da opinião pública dos EUA e da Europa Ocidental, aos quais já foram enviados os respectivos convites.

Aleksandr KHARITCHEV, vice-presidente da Comissão Nacional para o Desarmamento Químico

RIA "Novosti"

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