Rússia detecta Su-25 da Junta na hora do abate do voo MH17

Nazistas, que não dispensam uma operação com bandeira trocada desde o incêndio do Reichstag, culparam antifascistas e Putin. Satélite dos EUA cobria a área justamente no momento do disparo

 

Após quatro dias de inaudita histeria com a Casa Branca, a mídia imperial e os círculos vassalos acusando Putin de derrubar o avião MH17 da Malásia Airlines sem apresentar qualquer prova, o chefe de Estado Maior russo, general Andrey Kartopolov, afirmou, exibindo tomadas de vídeo do centro de monitoramento de Rostov, que a Rússia detectou um Su-25 da Junta de Kiev, avião equipado com míssil ar-ar capaz de abater um alvo a até 12 km, nas proximidades do Boeing (3-5 km) nos momentos que antecederam sua derrubada.

Ou seja, o MH17 foi derrubado pelo Su-25 da Junta de Kiev, para ser atribuído à Rússia e aos antifascistas do leste, uma típica operação de bandeira trocada, tão a gosto dos nazistas, como no incêndio do Reichstag e na invasão da Polônia e da Checoslováquia. (E que também é uma especialidade da CIA). Para tomarem o poder em fevereiro, os nazistas também haviam atribuído ao governo Yanukovich a matança na praça Maidan, o que depois, graças à interceptação de telefonema entre diplomatas europeus, ficou comprovado ter sido cometido por pistoleiros dos nazis, que atiraram na sua própria "mobilização" e na polícia. Repetiram a dose em Odessa, para desencadear o massacre queimando dezenas vivos na sede da central sindical.

A afirmação sobre o Su-25 foi feita em conferência de imprensa em Moscou na segunda-feira (21), em que Kartapolov estava acompanhado pelo chefe de Estado Maior da Força Aérea Russa, general Igor Makushev. A derrubada do MH17 matou 298 passageiros e tripulantes na quinta-feira (17), com os destroços e corpos se espalhando por uma área de 40 quilômetros quadrados. Como destacou Makushev, "as autoridades ucranianas tinham afirmado que não havia qualquer avião militar ucraniano na área do crash naquele dia. Como vocês podem ver, isso não é verdade".

Por sua vez o general Kartopolov assinalou que havia um satélite norte-americano sobre o leste da Ucrânia na hora da derrubada do avião malaio, e instou Washington a mostrar as fotos e os dados captados. "Isto pode ser uma coincidência, mas o satélite dos EUA voou sobre a Ucrânia exatamente ao mesmo tempo quando o avião malaio foi derrubado (de 17:06 a 17:21 hora de Moscou)". O satélite é "parte de um sistema experimental projetado para seguir e monitorar lança-mento de mísseis", esclareceu o militar russo.

Os generais russos propiciaram novas informações sobre a derrubada do MH17. O avião se manteve na aerovia até alcançar Donetsk, "quando se desviou da rota para o norte", disse Kartapalov, que questionou se isso aconteceu por "erro de navegação" ou "instruções dos controladores de vôo de Dnepropetrovsk". "O máximo desvio à esquerda aerovia foi 14 km, após isso o avião manobrou para retornar ao corredor internacional "mas sua tripulação não teve a chance de completar a manobra". Às 17: 20 [Hora de Moscou] o avião começou a perder velocidade e às 17:23 desapareceu dos radares russos".

Essas informações são ainda mais significativas diante do estranho silêncio de Kiev, que até agora não exibiu as conversas entre os controladores de vôo ucranianos e o avião malaio MH17, quando é de praxe nos casos de desastre aéreo sua imediata divulgação. A pergunta apresentada pelos generais russo é "o que um avião militar estava fazendo numa rota destinada a vôos civis?". "Havia na área três aviões civis realizando vôos regulares: Copenhagen a Singapura (17:07), Paris a Taipei (17:24) e o MH17 Amsterdã a Kuala Lumpur." "Também, os sistemas russos de monitoramento registraram que havia um jato da Força Aérea ucraniana, provavelmente um Su-25, ascendendo e se aproximando do Boeing malaio". "O Su-25 tem capacidade para atingir a altitude de 10.000 metros por um curto período de tempo, e tem como equipamento padrão mísseis ar-ar R60, capazes de mirar e atingir alvos a 12 km com garantia de atingir um alvo à distância de 5 km".

"O que fazia o jato militar voando quase ao mesmo tempo e à mesma altitude que um avião de passageiros?", ressaltou o comando russo. Conforme o general Makushev, "às 17:21'35, com a velocidade [do Boeing] tendo caído para 200 km por hora", foi detectado continuamente "durante quatro minutos" um novo objeto voador pelas estações de radar russas de Ust-Donetsk e Buturinkskaya, que não respondeu por transponder aos pedidos de identificação dos controladores aéreos, denotando um avião militar. Sua detecção tornou-se possível quando ele começou a ascender. "Mudanças posteriores nas coordenadas do objeto voador sugerem que estava sobrevoando o local da queda do Boeing 777, monito-rando a situação".

Desde quinta-feira, as presstitutas a serviço de Washington não pararam de demonizar o presidente Putin, como já haviam feito com Sadam, com Kadhafi e com Al Bashar, e de apresentar os antinazistas na Ucrânia como "monstros sanguinários" capazes de derrubar com um míssil um avião civil. O fato de terem voltado a apelar para uma operação de bandeira trocada é sintomático de quanto a resistência antinazista avançou na Ucrânia, e de como o empenho da Rússia para deter o mundo unipolar e sob lei da selva dos EUA vem se fortalecendo, desde que foi detida a invasão da Síria, iniciado conversações com Teerã, aprofundados os laços entre Moscou e Pequim, e desde o fortalecimento dos Brics.

Apesar da observação do general Kartopolov sobre a "coincidência" do satélite dos EUA estar sobre o leste da Ucrânia exatamente na hora da derrubada do MH17, não há dados definitivos sobre se os nazistas agiram sozinhos ou não. Do incêndio do Maine, até as "armas de destruição em massa de Sadam", passando pelo "ataque no Golfo de Tonkin", a história norte-americana está repleta de episódios assim . Washington também aprecia muito uma derrubada de avião - como no caso do vôo 655 da Iran Airlines, um Airbus, derrubado com míssil com 290 pessoas a bordo, inclusive 66 crianças, em1988, "confundido com um F-14". Ou o plano de W. Bush para pintar um avião com as cores da ONU, derrubá-lo e usar o pretexto para invadir o Iraque. Ou a Operação Northwoods, que chegou a ser aprovada pelo Estado Maior dos EUA e só não chegou a ser realizada porque o presidente Kennedy vetou, que entre outras coisas - além do assassinato do astronauta John Glenn - previa simular que um avião dos EUA estava sob ataque de MiGs cubanos para dar pretexto à invasão de Cuba.
 

ANTONIO PIMENTA 

 

 

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