Cimeira da OTAN

Jaap de Hoop Scheffer, o Secretário-Geral da OTAN, acha que a participação da Rússia poderá resolver muitas questões bilaterais mas Moscovo se lembra que a OTAN fez ouvido grosso às reclamações sobre a expansão a leste desta organização. Por isso o quê é que o Presidente da federação Russa é suposto a fazer na Cimeira? Ouvir as críticas dos outros e se calar?

Vai ser criticado e o Wall Street Journal já dá uma boa indicação disso. De acordo com este jornal, a Rússia causa problemas entre os países membros da OTAN. “A cultura de discussão e consenso com os opositores dos valores ocidentais parece penetrar a aliança até aos seus membros mais antigos. Não se pode encontrar qualquer outra explicação pelo facto que alguns líderes da Europa Ocidental enviem um convite especial ao Presidente russo Vladimir Putin para tornar a Cimeira um sucesso”.

O jornal segue com uma lista dos acordos que Moscovo não cumpriu depois da assinatura da Convenção sobre Forças Convencionais na Europa em Istambul, 1999.

1. Estabelecer uma data firme pelo fecho das bases militares russas em Batumi e Ahalkalaki na Geórgia;

2. Fechar a base Gudauta (deveria ter sido fechado em 2001 mas desde então a Rússia ofereceu ceder a base à missão da ONU em Abkhazia);

3. Retirar tropas russos da região Trans-Dniestr em Moldova. Rússia deveria ter completado esta fase em 2002;

4. Destruir as armas nas regiões de Abkhazia, Trans-Dniestr e Karabaka.

O jornal não faz referência à reclamação da Rússia que os Estados Bálticos que se juntaram à OTAN recentemente nem figuram no tratado sobre Armas Convencionais, por isso a Aliança poderia legalmente encher estes países com armas, nas fronteiras da Federação Russa.

O Wall Street Journal critica a Rússia por não ter resolvido problemas na antiga União Soviética e afirma que só a OTAN pode fazer isso porque “as forças e recursos dos EUA estão espalhados pelo mundo fora”.

Continua o jornal por criticar a Europa (França, Alemanha e Itália em especial) por ser gentil demais com a Rússia.

Para começar, a base de Gadauta foi fechada em 2001 e em segundo lugar, Rússia e Geórgia conduzem conversações sobre as bases em Batumi e Ahalkalaki.

O artigo no Wall Street Journal demonstra que há uma cisão dentro da OTAN – alguns membros querem acordos com a Rússia, enquanto os EUA querem uma política mais dura. Colin Powell faz pedidos repetitivos para que a Rússia retire suas bases da Geórgia e do Trans-Dniestr. Com certeza vai continuar a falar mas nunca vai adoptar uma linha tão dura quanto aquela seguida por esse jornal norte-americano.

Vasily BUBNOV PRAVDA.Ru

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