Conferência Mundial sobre Mudança do Clima

Andrei Denisov, Vice Ministro de Relações Exteriores da Federação Russa e Klaus Toepfer, porta-voz do Secretário-Geral da ONU Kofi Annan, falaram sobre estes dois temas hoje na Conferência Mundial sobre a Mudança do Clima (29 de Setembro até 3 de Outubro).

Na mesa das discussões foram os temas da revisão das órgãos de gestão da Programa Ambiental da ONU, o financiamento deste organismo e maneiras de aumentar a actividade do programa na Federação Russa. No entanto, é precisamente na área de financiamento que esta questão se complica. Andrei Illarionov, conselheiro económico do Presidente russo Vladimir Putin, declarou hoje nesta Conferência que há que ter cuidados especiais com a ratificação do protocolo de Kyoto, porque ratificação pela Federação Russa pode não ser nos interesses nacionais deste país.

Illarionov afirmou que “Não se esqueçam que os países que ratificaram o protocolo de Kyoto são responsáveis por somente 32% das emissões de Gases de Efeito Estufa. Se ratificar o tratado, a Rússia assume as responsabilidades dos países que são responsáveis pela maioria das emissões de CO2 e que não procuram reduzi-las”.

Os Estados Unidos da América são responsáveis por 25% das emissões deste gás na atmosfera. Presidente George Bush primeiro declarou que não estava interessado em ratificar este protocolo porque contrariava os interesses dos EUA e depois afirmou que não acreditava nos estudos dos cientistas. O ponto que Illarionov estava a fazer foi que se os EUA se recusam a encarar as suas responsabilidades, porquê os outros países devem sofrer a assumir as responsabilidades deles, quanto os EUA vão continuar a poluir o planeta?.

Mais uma vez, a hipocrisia na política de Washington é visível, mas como explicou o conselheiro de Vladimir Putin, há uma boa base para tal política: “As despesas de todos os países na redução de CO2 neste século serão 1.800 trilhões de USD. O PIB do Mundo inteiro neste momento está fixado em 40 trilhões de USD e nem que chegue a 150 trilhões até 2050, nem chegará a 10% da quantia necessária”.

No entanto, reclamar que custa demais e relegar o documento à gaveta é um insulto para os bons esforços de milhares de pessoas desde Rio 1992. Há que encontrar uma maneira do Homem, trabalhando em conjunto, resolver os problemas comuns, especialmente os relacionados com o ambiente, que é nosso mar comum.

Igor PANEV Traduzido por Mariya Kasperczak-Wyczinski

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