Grande Olimpíada pela CEI

Uns Jogos verdadeiramente Olímpicos em termos de desportivismo e em termos de competitividade, com a Comunidade dos Estados Independentes (URSS menos os três estados bálticos) a vencer mais medalhas do que qualquer outro país.

A classificação oficial mostra os Estados Unidos da América no primeiro lugar com 35 medalhas de ouro, 39 de prata e 29 de bronze, um total de 103. No entanto, fazendo uma comparação histórica com as 12 repúblicas que constituem a Comunidade dos Estados Independentes (não incluímos os três estados bálticos porque eles não queriam fazer parte deste agrupamento, nem fazem lá falta), ficamos com um total de 44 medalhas de ouro, 45 de prata e 63 de bronze, um total de 152 medalhas e daí podemos verificar o grande sucesso da política esportiva e cultural destes países, que têm uma fracção dos recursos dos EUA e sensivelmente metade da população.

Só a Federação Russa ganhou 27 medalhas de ouro, 27 de prata e 38 de bronze, um total de 92, enquanto a Ucrânia ganhou 9 medalhas de ouro, 5 de prata e 9 de bronze, um total de 23. Só estes dois países, em conjunto, tinham mais medalhas que os EUA.

A não esquecer, a abominável arbitragem na ginástica, que favoreceu os Estados Unidos da América; contudo, estes Jogos devem entrar nos anais do desporto como verdadeiramente históricos, onde se criou um ambiente de fraternidade e de bem estar, de fair-play e desportivismo, onde por 17 dias os atletas de todo o mundo foram verdadeiramente iguais e tinham as mesmas oportunidades de ganhar. Bem, quase.

Por sinal, se incluíssemos as medalhas ganhas por todas as repúblicas ex-soviéticas, incluindo agora os três estados bálticos, o resultado final teria sido 45 medalhas de ouro, 52 de prata e 65 de bronze, nada menos do que 162 medalhas.

Relativamente ao mundo lusófono, grande resultado pelo Brasil, com 4 medalhas de ouro (vólei da praia masculino, vólei masculino, laser e star na vela), três de prata (vólei da praia feminino, equestrianismo individual - saltos e futebol feminino) e três de bronze (Judo masculino, de 73 e 81 kilos e o maratona masculino). 10 no total. Falando na última prova, Vanderlei Lima foi roubado porque foi inadmissivelmente atacado por um louco durante a prova que liderava mas a realçar o espírito desportivo do atleta brasileiro, que é espelho da boa vontade deste povo, aceitando o que aconteceu com humildade. O espírito Olímpico demonstrado por um brasileiro, quantos teriam tido essa reacção? Atenas 2004 deve também entrar na história por causa do Vanderlei e doravante, Vanderlei Lima e espírito desportivo serão sinónimos.

Portugal ganhou duas medalhas de prata e uma de bronze, um total de três. A realçar, o percurso por Francis Obikwelu, nascido na Nigéria e naturalizado português em Outubro de 2001, com um empenho excelente nos 100m, o que lhe valeu a medalha de prata.

Um bom exemplo para a política de imigração em Portugal, demonstrando que a mais valia entre a população se acha com a mistura, com a integração, com um espírito de fraternidade e igualdade entre os povos, permitindo fluxos de movimentação e trocas de conhecimento. Bonito de ver.

Finalmente a outra medalha de prata foi ganho por Sérgio Paulinho, no ciclismo (estrada) e Rui Silva conseguiu o bronze nos 1500 metros.

Dos PALOPS e Timor, nada em medalhas mas o que importa é participar com espírito desportivo. Há muito a fazer em termos de organização e investimento e a CPLP existe para isso.

Mãos à obra!

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.RU

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