EUA e as sanções contra a Rússia

A 22 de Julho, sem que fossem explicadas as razões, entrou em vigor um despacho assinado por Susan Burk, adjunta do secretário de Estado dos EUA para as questões de Não Proliferação de Tecnologias de Mísseis, em que são decretadas sanções contra o Centro Federal de Pesquisa e Produção da Rússia "Altai". O vice-director desta unidade científico-industrial, Viktor Mariach, referiu que os Estados Unidos não apresentaram qualquer reclamação à empresa, tendo o pessoal sabido das sanções só através da Internet.

O centro "Altai" é especializado em produtos altamente tecnológicos, que têm elevada procura no mercado mundial das tecnologias de ponta. A empresa desenvolve uma cooperação dinâmica com companhias dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Turquia, Países Baixos e outros na área de projectos civis que requerem elevado investimento científico. "Todos os contratos do "Altai" são concluídos depois duma análise minuciosa e em rigorosa consonância com a legislação aplicável da Federação Russa - prossegue Viktor Mariach. - Para todos os trabalhos e projectos que desenvolvemos com parceiros e colegas estrangeiros temos licenças e autorizações das instâncias competentes e na nossa actividade não admitimos improvisações".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia comentou este caso através de uma declaração oficial: "...em todo o caso, no que concerne a estas e outras sanções semelhantes gostaríamos de assinalar que se a parte norte-americana considera correcto continuar a restringir os contactos com as empresas avançadas do sector bélico-industrial da Rússia, é uma opção dos Estados Unidos e de mais ninguém".

Este tema poderia considerar-se esgotado de momento. O Departamento de Estado incorreu em erro e agora as vítimas deste passo errado são as próprias empresas norte-americanas. Contudo, o mais provável é que os norte-americanos visem limitar não tanto os seus próprios contactos, alegando sempre a sua autoridade mundial de lutadores contra a não proliferação das armas de extermínio maciço e das tecnologias de guerra. Não é segredo que actualmente os projectos russos na área das tecnologias de ponta atraem cada vez mais atenção em todo o mundo, sobretudo na Europa, China, países do Sudeste Asiático.

As empresas russas lideram hoje nesta área. Basta aqui citar a Universidade Técnica Estatal do Báltico em São Petersburgo, o Instituto Aeronáutico de Moscovo, a Universidade Químico-Tecnológica Russa de Mendeleev, o Gabinete de Engenharia de Aparelhos em Tula, a empresa da Construção de Motores Baranov em Omsk. Não é difícil adivinhar que são precisamente estes centros de pesquisa e produção que figuram na "lista negra" norte-americana

Assim, impõe-se uma pergunta: uma vez que nos nossos dias prevalecem o pragmatismo e a eficácia económica nas relações entre os países, qual é então o verdadeiro sentido destas iniciativas norte-americanas? A prática mostra que os principais parceiros da Rússia na área das tecnologias de ponta - sobretudo as empresas aeroespaciais da Europa e da China - não vêem para si nenhum perigo em cooperar com a Federação Russa e até mesmo orientam os governos dos seus países para a ampliação e diversificação desta cooperação. Sem dúvida alguma, em detrimento dos interesses norte-americanos.

Andrei Kisliakov observador político da RIA "Novosti"

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