Magnata russo é encontrado morto em Londres

LONDRES/INGLATERRA - Boris Berezovsky, magnata russo de 67 anos e ex-autoridade do Kremlin, foi encontrado morto na banheira de sua residência em Surrey, próximo à Região Metropolitana de Londres, na Inglaterra, onde vivia exilado.

 Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

 Embora não existam, ainda, informações concretas sobre o motivo da morte do russo, suspeita-se que pode ter ocorrido um suicídio.

Ex-professor de matemática, Berezovsky montou um império petroleiro e de comunicação, aproveitando-se da onda de privatizações que se seguiu à queda do regime comunista na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Berezovsky era tido como homem de confiança do ex-presidente russo Boris Yeltsin. Na condição de antigo aliado do Kremlin, Berezovsky fez fortuna durante a privatização de bens públicos no início da década de 1990.

Crítico de Vladimir Putin, virou inimigo do governo após a primeira eleição do presidente russo, em 2000. Berezovsky foi processado por apropriação de dinheiro público, além de outros crimes. Com pedido de prisão em seu país, ele morava na Inglaterra, onde recebeu asilo político em 2003.

A morte do magnata acontece poucos meses depois de ele perder um polêmico processo sobre quebra de contrato contra seu conterrâneo, o empresário Roman Abramovich.

A batalha nos tribunais ingleses custou 35 milhões de libras a Berezovsky, que precisou arcar com os custos do adversário no processo. As reivindicações da ex-esposa de Berezovsky, Elena Gorbunova, também abateram sua fortuna.

No Brasil

Berezovsky também foi alvo de suspeitas no Brasil. Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) por esquema de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, junto de Kia Joorabchian e Nojan Bedroun, durante parceria com o Corithians entre 2004 e 2007.

De acordo com a denúncia, Berezovsky seria o dono dos US$ 32 milhões investidos pela empresa MSI no Corinthians durante os três anos - dinheiro de origem criminosa, segundo o MPF.

A denúncia afirmou que a parceria entre a MSI e o clube de futebol paulista foi utilizada para lavagem de dinheiro. Os três acusados administravam o fundo e chegaram a ter a prisão decretada pelo juiz federal Fausto De Sanctis. À época, a defesa dos acusados também conseguiram que o juiz fosse afastado do caso.

Boris Berezovsky era acusado de lavar dinheiro no Corinthians, um dos mais populares clubes do futebol brasileiro. Ele era, tmbém, considerado o homem-forte da MSI (Media Sports Investment), ex-parceira do Corinthians.

O magnata já foi indicado como o financiador da parceria entre Corinthians e MSI, que levou jogadores como Carlos Tevez e Javier Mascherano ao clube brasileiro, em 2005. Em 2007, o Ministério Público Federal de São Paulo fez a primeira denúncia sobre o acordo, indicando que os mais de US$ 30 milhões que entraram no País, na época, tinham como origem crimes cometidos pelo magnata russo contra a administração pública da Rússia e de outros países.

A intenção seria tornar legal o dinheiro com transação de jogadores no Corinthians.

Em depoimento dado em janeiro passado na 6ª Vara Federal de São Paulo, o iraniano Kia Joorabchian, que presidia a MSI, apontou o empresário russo Rafael Filinov, de 45 anos, e não Berezovsky, como o homem por trás da parceria.

ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU

 

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