Relações entre a Federação Russa e a União Europeia

Os recém casados andam de mãos pegadas, juntos, sorridentes. Os que estão casados há mais tempo, nem sempre. Um anda num lado do passeio cinquenta metros a frente do outro, do outro lado. Nas relações entre a federação russa e a União Europeia parece mais o último caso e não o primeiro.

A Federação Russa tem feito um enorme esforço a ser fiel aos seus compromissos, nomeadamente um bem estar dentro da comunidade internacional, respeitando a lei internacional, zelando por uma autoridade reforçado do Conselho de Segurança da ONU e apontando defeitos nos eventos mundiais onde a regra da lei não é respeitada.

Relativamente à U.E., a Rússia aprovou a Parceria de Cooperação com os dez membros novos da União, e ratificou o Protocolo de Kyoto. O que fez a U.E.? Nada, em retorno.

Por isso o adiamento da Cimeira entre as partes, para marcar um hiato. Moscovo está convencido que com melhor vontade, a União Europeia poderia ultrapassar muitas questões de impasse neste momento. Os grandes planos de resolver questões bilaterais dentro do Espaço Económico Europeu Comum (EEEC), entre a U.E. e a Rússia, formalizados na conferência de Moscou em Maio de 2001, não se realizaram, pela inércia da União.

Criam-se expectativas todos os anos, pelas intenções proclamadas por membros da Comissão da U.E. mas resultam em nada, pois não há seguimento. Por muito que a Rússia faz, não há a correspondente boa vontade da U.E.

Em vez de boa vontade, há declarações de “preocupação” sobre o por quê do horror de Beslan, de “preocupação” sobre os direitos humanos, quando os mesmos estados europeus participam no acto de chacina no Iraque.

Um exemplo típico da discórdia entre as partes é revelado pela Estratégia Comum da U.E. sobre a Rússia, adoptado em Bruxelas em 1999, onde a União proclamou que o objectivo principal era ajudar a Rússia no caminho para a democracia. Um documento paralelo na Rússia, Estratégia de Desenvolvimento das relações da Rússia com a U.E. falou apenas da parceria em termos de igualdade.

O quê é que pode ser mais democrático do que isso, e do lado da U.E., não parece mais imperialismo do que colaboração?

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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