Cimeira Putin/Bush

Vladimir Putin e George Bush discutirão, sexta-feira, em São Petersburgo, as perspectivas das relações da Rússia com os EUA e a NATO depois da cimeira da Aliança em Praga.

Serguei Prikhodko, vice-chefe da administração do Kremlin, informou em entrevista à RIA "Novosti" que depois do problema da luta contra o terrorismo este será "o segundo tema central" do encontro russo-americano ao mais alto nível, que terá lugar no Palácio de Catarina da antiga residência imperial "Tsarskoie Selo".

Segundo Prikhodko, a Rússia está interessada em "tornar mais concreta a interacção entre a Rússia e a NATO no chamado "Conselho dos Vinte" e em saber a posição dos EUA sobre as questões da adaptação da Aliança do Atlântico Norte aos novos desafios.

No Kremlin deram a entender à RIA "Novosti" que Moscovo tenciona "analisar em pormenor o que será dito e feito na cimeira da NATO" e comparar as declarações feitas por Bush antes e depois da cimeira da NATO em Praga.

O vice-chefe da Administração do Presidente russo lembrou que, de acordo com as anteriores declarações de Bush, a cimeira de Praga, durante a qual foram convidados a aderir à Aliança mais sete país, inclusive os do Báltico, tinha principalmente um "carácter de adaptação e não de alargamento".

Por outras palavras - assinalam no Kremlin - os EUA deram a entender claramente à Rússia que "a Aliança colocava no primeiro lugar, como disse Bush, a adaptação aos novos desafios e, neste contexto, a máxima consideração das preocupações da Rússia". A julgar por tudo, Moscovo concorda com este plano de acção. Especialmente, como disse o representante do Kremlin, "se isso for seguido pela introdução de mudanças nos planos táctico-operativos da NATO e nos planos de cooperação com a Rússia na luta antiterrorista, na reacção às situações de emergência, etc." Ao mesmo tempo, como assinala Moscovo, "existe também um aspecto que nos põe de sobreaviso". Antes de mais nada, na opinião dos peritos, é o provincianismo exagerado de alguns dirigentes políticos dos países convidados para a NATO, para os quais é difícil conter as suas emoções depois de receber o convite.

Como assinalou a fonte da RIA nos círculos diplomáticos, "Moscovo não está inclinada a atribuir grande importância a isso, especialmente se se trata de personalidades do tipo do ex-presidente do Parlamento da Lituânia e líder dos conservadores locais, Vitautas Landsbergis, que consideram, provavelmente, que agora se pode falar com a Rússia a partir de uma posição de força".

Segundo a fonte citada, "já tínhamos advertido e continuamos a advertir os parceiros da NATO que estamos com eles se encaramos o futuro em conjunto, mas que se alguém procurar tirar desforra da Rússia com a ajuda da NATO pelo seu passado sem ter os seus próprios recursos políticos, isso será diferente".

O representante do Kremlin contactado pela RIA "Novosti" "não deseja sobrestimar Bush, mas criou-se a impressão de que a maioria das suas declarações antes de ir a Praga foi dedicada às relações com a Rússia".

"É de notar que Bush falou sobre a necessidade de mudar as relações não com os parceiros europeus e a NATO, mas com a Rússia. E nós assinalámos isso" - salientou o perito.

No dizer da mesma fonte o principal é "que a declaração do Presidente dos EUA (maior país da NATO), de que a Rússia não é vista agora pelo Ocidente como ameaça, seja concretizada nos planos militares operativos".

O perito deu a entender que na Rússia existem também outras ideias cuja essência se resume a que "a NATO é um adversário potencial". "Se as teses apresentadas por Bush forem postas em prática, teremos realmente uma atitude diferente para com a NATO" - observou a fonte, tendo assinalado ainda que "seria bom que a missão da NATO fosse reformulada radicalmente e que este impulso político viesse de Praga".

© RIAN

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