Putin e Chirac: Esforço diplomático tem de continuar

Vladimir Putin e Jacques Chirac declararam ontem que os esforços políticos e diplomáticos têm de prosseguir para solucionar a questão do Iraque por meios pacíficos.

Os dois presidentes falaram ontem ao telefone acerca da situação, que nesta fase muda substancialmente de hora a hora, com o ultimato dado por George Bush a Saddam Hussein para abandonar o país a expirar às 04.00 (MSK) de quinta-feira.

Presidente Putin exprimiu a sua preocupação com esta atitude perante a diplomacia enquanto no Conselho de Segurança, Hans Blix disse que estava triste pelo facto que o processo das inspecções não chegou ao fim, enquanto a França, Alemanha e Federação Russa rejeitaram outra vez qualquer uso de força.

Se as equipas de UNMOVIC e AIEA foram mandatados pela ONU de inspeccionar o Iraque para verificar se tinha ou não ADM (Armas de Destruição Maciça), e se os chefes das equipas, Hans Blix e Mohammad el Baradei, relataram que Bagdade está colaborando cada vez mais com a ONU, com que legitimidade vai os EUA lançar um ataque fora da autoridade desta organização?

Os EUA com certeza nunca imaginaram que o Iraque iria permitir as inspecções. Permitiram-nas. Depois ficaram convencidos de que as equipas iriam encontrar ADM. Não as encontraram. Pensaram que o mundo não iria reagir no evento de uma guerra, como aconteceu no caso de Afeganistão. Calcularam mal.

Impossibilitados de usar a ONU como instrumento para dar o aval a uma campanha militar para se apoderar dos recursos do Iraque, os EUA e Reino Unido simplesmente ignoraram-na, mesmo que de acordo com o direito internacional, qualquer ataque tem de ter a autorização do Conselho de Segurança da ONU.

Na opinião de Igor Ivanov, “Nenhum evento autoriza retirar por violência a liderança dum estado soberano”, palavras que proferiu no seu discurso hoje no Conselho de Segurança.

Timofei BYELO PRAVDA.Ru

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