Russofobia, outra vez

Enquanto a Federação Russa de Vladimir Putin continua a mostrar um sorriso à comunidade internacional, diligente e eficientemente prosseguindo um caminho que procura parcerias bilaterais que trazem benefícios mútuos numa variedade de áreas, a cobertura pela média ocidental é uma mistura de histeria e insolência.

Vamos tomar como um exemplo a cobertura da BBC da eliminação do terrorista Aslan Maskhadov, o cérebro atrás duma série de eventos horríficos na Federação Russa, o mais infame dos quais foi o massacre de Beslan. O relatório, que apareceu no site da BBC no dia 17 de Março, começou por citar fontes anónimas russas que afirmam que Maskhadov foi traído devido ao pagamento dum prémio de 10 milhões de USD. Muito bem. Depois segue a palavra “However”, que quer dizer “Porém”, introduzindo um contraste.

E que contraste, entre a primeira parte do relatório e um avalanche de puro disparate deste serviço noticioso supostamente fiável. Se a liberdade da imprensa tem a ver com a invenção de mentiras e basear histórias em suposições e fantasias, então parece que há que impor umas normas de profissionalismo, normas referidas por Washington e Londres como “controlar a imprensa”, se forem impostas na Rússia, é claro.

Desta vez a palavra “Porém” introduziu uma afirmação dum senhor Steven Eke, o editor da BBC para os assuntos relativos à Rússia, que aparentemente compreende tanto da Rússia como a perita de George Bush sobre assuntos russos, Condoleeza Rice. Mister Eke é citado no artigo por dizer que “os pormenores relativamente ao pagamento do prémio foram suspeitos e que a explicação oficial dos eventos acerca da morte de Maskhadov não foi clara”.

A versão oficial dos eventos foi que Maskhadov tinha sido encurralado num bunker, tinha sido eliminado numa batalha, o bunker e o edifício por cima foram destruídos por causa da forte hipótese de haver armadilhas e o corpo do terrorista foi enterrado numa campa anónima, como sempre.

E depois?

A BBC cita anónimos que descreve como “membros duma campanha”, que dizem que a destruição da propriedade destruiu provas que poderiam desdizer a versão oficial dos eventos. Provas, quais? Que Maskhadov era de facto uma fada madrinha que passou seu tempo a brincar com bonecas?

A notícia tendenciosa da BBC é típica das fontes da média ocidental e aliás, é um factor constante dos relatórios da British Broadcasting Corporation, cuja hostilidade perante a Rússia tem as origens na Guerra Fria, que nunca conseguiu ultrapassar.

No relatório, os terroristas chechenos são rotulados previsivelmente de “separatistas”, Maskhadov é referido como alguém “que sugeriu um processo de negociações para terminar o conflito” mas que depois planeou a chacina de centenas de crianças em Beslan (homem simpático, esse) e no final da peça, ele é promovido ao “eleito Presidente da Chechenia em 1997 mas forçado a abandonar o poder dois anos depois. Liderou os separatistas chechenos que derrotaram as forças russas numa guerra entre 1994 e 1996”.

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Como disseram? Que guerra? Houve uma operação contra elementos terroristas e houve uma retirada estratégica depois da pacificação do território. Derrota das forças russas? Desculpem destruir a fantasia com um balde de água fria, mas onde é que foram derrotadas as forças russas e por quem?

A República da Chechenia é uma República livre que votou massivamente a favor de permanecer dentro da Federação Russa, sua Constituição foi democraticamente adoptada pelos seus eleitores e o seu Presidente foi eleito num processo devidamente justo, livre e aberto.

As afirmações da BBC que as vilas chechenas “são agora maioritariamente habitadas quase exclusivamente por velhos, abandonados pelos jovens que escaparam às montanhas para continuar a lutar” demonstra uma total falta de conhecimento e competência para relatar qualquer coisa que fosse, uma grande falta de profissionalismo e uma ausência de deontologia jornalística.

Se mais que 95% da população da Chechenia votou a favor da Constituição, votou contra os terroristas como Maskhadov. Por isso a República da Chechenia de hoje constitui uma vitória esmagadora para a política de paciência e determinação seguida pelo Moscovo de Vladimir Putin.

Há provavelmente um tipo num hospital psiquiátrico algures em Londres que diz que é Presidente da Chechenia, também um astronauta nas terças-feiras a tarde e aos finais de semana, é Rainha de Sheba.

Infelizmente a BBC, tal como tantas outras fontes ocidentais tendenciosas e criminosamente mentirosas, acreditaria na primeira afirmação deste tipo, ignorando as últimas, se ajudasse a constituir uma base para atacar a Rússia. E chamam a isso notícias?

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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