A reunião de G-8 na Rússia

O encontro de ministros das Finanças do G8 começa hoje em Moscovo, ainda ensombrado pelo recente episódio do corte no abastecimento de gás à Ucrânia, que levou a uma quebra em vários países europeus, fortemente dependentes do gasoduto ucraniano. Não se estranha, por isso, que países como a França se desloquem à Rússia para convencer o anfitrião, Vladimir Putin, a aderir à ‘Carta da Energia’. Outro tema na agenda, a possível entrada no clube dos ricos da China e Índia, que participam como observadores, parece credível, mas não agora.

O principal eixo da primeira presidência russa do G8 é a segurança energética. Porém, a crise ucraniana veio dar provas - aos líderes europeus, mas também aos norte-americanos - que, mais do que a segurança e a fiabilidade dos fornecimentos, o chefe do Kremlin pretende utilizar as energias do país - a Rússia é o primeiro exportador mundial de gás e segundo de crude - como arma política.

Embora a energia tenha sido um tema debatido em encontros anteriores, até pela persistente alta nos preços no crude registada ao longo de 2005, esta será a primeira vez que a sua dimensão “estratégica” será analisada com maior profundidade, garantiu fonte francesa citada pela AFP. Segundo esta fonte, a reunião do fim-de-semana vai permitir que, pela primeira vez, consumidores e produtores conversem.

A ‘Carta da Energia’, iniciada em 1991 pela Comissão Europeia, visa melhorar a cooperação no sector energético com os países da Europa de leste e a antiga União Soviética. E, apesar da Rússia ter já assinado o texto, ainda não o ratificou. Conforme sublinhou Michael Glos, ministro alemão da Economia, no pico da crise ucraniana, “a Rússia tem agora a presidência do G8 e deve, naturalmente, agir de forma responsável”.

Além das discussões em torno da questão energética e respectivas consequências geopolíticas e macroeconómicas ou da legitimidade para um país com uma performance económica modesta e uma deriva política autoritária ser anfitrião de um encontro deste nível, a admissão da China e da Índia, gigantes que juntos detêm um terço da população mundial, fará parte do cardápio político. E, apesar das delegações de Pequim e Nova Deli terem acesso apenas a um pequeno-almoço de trabalho no Sábado, farão concerteza parte da sessão oficial.

Segundo “Diário económico”

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