Directora da escola em Beslan: 3 dias de pesadelo

Lydia Tsalieva fala com franqueza, sem medo, fala a verdade sobre aquilo que passou dentro da escola em Beslan, Ossétia Norte, onde aconteceu um acto de barbárie difícil de descrever por não termos referências humanas para tanta crueldade.

“No primeiro dia, quando nos recolheram, nos trataram bem, deixaram as crianças beberem e iram à casa de banho. Estavam lá muitas pessoas para celebrar o início do ano escolar, estavam lá cerca de 1.300 pessoas no ginásio. Nem percebo porque as autoridades falaram em 350 reféns”.

“Pacotes de explosivos estavam por todo o lado no ginásio, desde o primeiro dia. Os terroristas falavam russo entre eles mas tinham um sotaque. Eu calculava que ou eram da Chechénia ou Ingushétia”.

“No segundo dia, começaram a dar tiros. Disseram para eu estabelecer ordem no ginásio e acalmar as crianças, senão não deixariam que ninguém bebesse água e não deixariam que ninguém utilizasse a casa de banho”.

Depois, segundo Lydia, disseram para ninguém se mexer. “Deram-nos três baldes e disseram para a gente aguentar. As crianças pensavam que iriam ficar malucas, o cheiro era horrível. Os terroristas começaram a dar ponta-pés às crianças”.

Anunciaram que queriam que os tropas russos saíssem da Chechénia e disseram à directora contactar os negociadores russos, liderados pelo Dr. Leonid Roshal.

No terceiro dia, o ambiente estava eléctrica. Quando veio a explosão de eventos, Tsalieva ficou ferida na perna durante a primeira explosão e ficou presa entre duas secretárias. “Quando acordei, vi que estavam lá menos pessoas e vi um terrorista a atirar. Ele acenou para eu sair e nem sei o que aconteceu depois”.

Dmitry SUDAKOV PRAVDA.Ru

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