PAÍSES DA ANTIGA URSS DEVEM 2 TRILHÕES DE DÓLARES À RÚSSIA

Várias repúblicas da antiga União Soviética calcularam os danos que elas supostamente sofreram com a chamada “ocupação soviética”. Deputados do parlamento da Federação Russa pediram a especialistas da Câmara de Auditoria que dessem uma estimativa de quanto dinheiro a Rússia poderia exigir dos membros da antiga URSS.

O deputado da Duma (Câmara baixa do Parlamento) Viktor Alksnis, disse que os auditores receberam informações sobre a parcela de dívida dos três países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) na dívida externa total da URSS, que é de 3,06 bilhões de dólares. As propriedades das forças armadas soviéticas, que foram deixadas nesses países, é estimada em uma soma de 32,2 bilhões de dólares (de acordo com o preço de 1991, quando esses países se tornaram independentes). Adicionalmente, a Rússia teve que gastar 5 bilhões de rublos para retirar suas tropas desses países.

A Rússia foi objeto de exploração durante a era soviética. Setenta e cinco porcento do orçamento da URSS vinha da Federação Russa. O dinheiro foi usado para o desenvolvimento das economias do Cáucaso, Ásia Central e países bálticos.

Estes últimos sempre receberam as primeiras posições nas listas dos investimentos soviéticos. O governo da URSS investia bilhões de rublos (que, na época, valia o mesmo tanto que o dólar estadunidense) em suas economias: sua dívida em relação à Rússia foi calculada em 220 bilhões. A União Soviética organizou produções de alta tecnologia em seus territórios. A usina nuclear, que foi construída na Lituânia às custas da URSS, ainda gera 60% da energia do país. A ligação de ferry-boat com a Alemanha Oriental custou cerca de 3 bilhões; a base aérea, onde agora operam bombardeiros da OTAN, custou 1 bilhão de rublos.

Cerca de 28,3 bilhões de rublos foram investidos na economia da Geórgia, outro país que exige que a Rússia pague indenizações pela “ocupação”, entre 1935 e 1975. O fluxo de capitais não foi interrompido nem pela Segunda Guerra Mundial. De acordo com estatísticas da época, a indústria de chá georgiano (que era consumido em toda a URSS) produzia 82,5 mil toneladas no ano de 1975.

A Armênia, que atualmente experimenta sérios problemas com suprimento de eletricidade, deixou a Itália para trás em 1975 em relação a produção de energia per capita. Não é de se estranhar que a eletricidade tenha desaparecido da Armênia, pois não há recursos minerais no país.

Um imenso terremoto arruinou Tashkent, capital do Uzbesquistão, em 1966. Uma bela cidade surgiu das ruínas do antigo vilarejo. A Rússia reconstruiu 664,8 mil metros quadrados da cidade.

A cidade de Baku, capital do Azerbaijão, era apenas um forte até que um mercador russo iniciou o desenvolvimento da indústria petrolífera no país.

Onde estariam todos esses país, se não fosse a “ocupação soviética” da qual eles tanto reclamam? Onde foram parar as indústrias dos países caucásicos depois do colapso da URSS? Eles conseguiram destruir a infraestrutura que haviam herdado da antiga superpotência. E para terminar, os cidadãos destas repúblicas ainda preferem deixar seus lares e mudar-se para a Federação Russa, onde eles podem ganhar algum dinheiro.

Ainda por cima, a Rússia ainda tem preços especiais de petróleo, gás e eletricidade para as antigas repúblicas soviéticas. Por outro lado, os países bálticos, que se tornaram membros da União Européia, agora exigem que a Rússia pague seus produtos ao preço padrão europeu, no qual os descontos são excluídos. De acordo com especialistas, mais de 40% do orçamento letão vem de taxas pagas pela Rússia para usar seu porto.

A URSS foi formada ao redor da Rússia. Ela não ocupou os países vizinhos. A Rússia é hoje uma parte da União Soviética, como qualquer outra república.

Se todos os países democráticos, que eram parte da URSS, tivessem que pagar suas dívidas à Rússia, acrescidas com o montante da dívida que a Rússia paga agora a investidores estrangeiros (pois a Rússia ficou com o total da dívida externa da URSS), os demais países teriam que pagar aos russos mais de 2 trilhões de dólares.

Pravda.ru

Traduzido por Carlo MOIANA

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