Primeiro-ministro inteligente para ajudar Putin

A notícia da nomeação do novo Primeiro-ministro da Federação Russa não apareceu no topo da lista dos órgãos de informação ocidentais e quando apareceu, foi tarde.

A demissão de Kasyanov e a nomeação de Fradkov demonstra que o primeiro-ministro não é a figura mais importante na Rússia – é simplesmente um utensílio nas mãos do Presidente, que tem toda a autoridade. No entanto, Fradkov tem a experiência suficiente para entender a limitação dos seus poderes.

O Primeiro-ministro habitualmente não nomeia os seus assistentes no seu gabinete. Primeiro-ministro Gaidar tinha os assistentes Shumeiko e Khizha, sem a sua vontade, Chernomyrdin tinha Lobov, Soskovets e Chubais, contra sua vontade, Stepashin tinha Aksenenko e Kasyanov e no caso de Putin, quando era primeiro-ministro, não foi ele que nomeou os membros do seu gabinete em 1999.

Fradkov não é sucessor de Putin. Está na sua posição para terminar o legado de Eltsin e introduzir algumas reformas, que provavelmente serão tão pouco populares, que terá de se demitir. Fradkov não tem ligações nenhumas com qualquer bloco político a não ser o do Presidente, que será para ele uma fraqueza –tem vantagem táctica mas não estratégica.

O sucessor de Putin nunca vai ser um Primeiro-ministro, porque nesta posição não irá ganhar a popularidade suficiente para ser eleito. Mas Fradkov tem pontos fortes. Está relacionado com o comércio externo desde 1973 e tem vasta experiência em todas as camadas da sua carreira económica, sendo o Primeiro-ministro com mais experiência nesta área.

A sua nomeação demonstra as prioridades de Putin: melhorar relações com o Ocidente, integrar na economia global e na OMC.

Lyuksim ARTEMIEV PRAVDA.Ru

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