Rússia e o protocolo de Kyoto

Nikolai Tonkov, membro do Sindicato Russo de Industrialistas e Empresários e responsável deste organismo por assuntos ecológicos, afirmou ontem que a ratificação do protocolo de Kyoto pela Federação Russa poderá afectar negativamente o crescimento económico do país e colocar em perigo o Produto Interno Bruto.

Nikolai Tonkov disse que os cálculos que são feitos sobre os ganhos e as perdas da Federação Russa são baseados em suposições e o próprio Protocolo de Kyoto baseia-se em assunções científicas “que o mundo científico nem sempre aceita”.

Falou da hipocrisia da posição de certos países, como a India e a China, terem ratificado o Protocolo mas sem especificar obrigações a seguir sobre as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Por sua vez, o conselheiro de Presidente Putin sobre questões económicas, Andrei Illarionov, afirmou hoje numa conferência de imprensa em Moscou, que se a Rússia ratificar o protocolo de Kyoto, terá de cortar a sua produção industrial duas vezes para reduzir as emissões de GEE.

“Se se observarem as condições de Kyoto, cairá a taxa de crescimento económico na Federação Russa do 7.2% pretendido a 2.5%”

Andrei Illarionov também considera que o Protocolo falta substanciação científica e de modo geral, é discriminatório para a Federação Russa. Opinou que sem a participação da Federação Russa, da China e dos EUA, três potências mais industrializadas, o Protocolo fica sem efeito.

“Os estados signatários são responsáveis por uma terça parte das emissões de CO2 e sob Kyoto, terão de reduzir as emissões deste gás enquanto os Estados Unidos da América, responsável por 25% das emissões, não aceita limitações”, acrescentou o conselheiro presidencial.

Se a Rússia ratificar Kyoto e os Estados Unidos não, e se a China não aceita uma quota específica de redução de emissões de GEE, qual seria a vantagem para a Rússia arruinar a sua economia enquanto esses dois gigantes continuam a poluir?

Ou todos ou nenhum.

Konstantin KODENETS PRAVDA.Ru

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