Putin em visita à China e à Índia

O Presidente russo, Vladimir Putin, inicia hoje uma viagem que o levará à China e à Índia.

Na China tornar-se-à o segundo lider estrangeiro a encontrar-se com Hu Jingtao, desde que este se tornou lider do Partido Comunista Chinês no passado dia 14 de Novembro, e este encontro tem um importante significado político, pela vontade de ultrapassar as históricas dificuldades de relacionamento entre os dois países.

Por outro lado, o significado económico deste encontro também é importante, pois o estreitamento de relações entre ambos os países vai permitir o aumento das suas trocas comerciais. O comércio entre os dois países tem aumentado nos últimos anos e, no ano passado, atingiu os 10 biliões de dólares, prevendo-se que no final deste ano atinja os 12 biliões de dólares, embora com uma balança favorável à Rússia, uma vez que cerca de 75% destas trocas comerciais são exportações russas para a China.

Porém, aparentemente não serão as questões comerciais que terão prioridade na agenda das conversações de Vladimir Putin, porque o problema do Iraque e a questão do terrorismo merecem actualmente mais atenção por parte dos dois líderes.

Depois de Beijing, Putin viajará para New Delhi onde se encontrará numa situação mais confortável. Ao contrário do que sucede com a China, cujas relações bilaterais têm sido marcadas por alguma conflitualidade, as relações entre a Rússia e a Índia têm sido fortes desde há muitos anos.

Na base desse bom relacionamento está uma aliança que sempre garantiu à Índia o armamento de que necessitava para enfrentar o Paquistão e para se afirmar como a potência regional da Ásia do Sul, mas que também garante um cliente poderoso à indústria russa de armamento desde há muitos anos.

A ideia lançada há dois anos por Vladimir Putin no sentido da criação de um eixo Rússia-Índia-China destinado a garantir a segurança comum dos três países, será seguramente abordada por Putin, quer em Beijing, quer em New Delhi, embora os grandes mercados chineses e indianos devam estar sempre presentes nas propostas russas pois essa é a direcção mais vantajosa para a sua economia.

Luis MACIEL PRAVDA.Ru LISBOA PORTUGAL

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