Especialista russo analisa guerra no Iraque

“A razão principal para esta guerra é que os EUA querem testar sistemas sofisticados de armas”, afirma Vladimir Slipchenko, acrescentando que há dez anos, os EUA conduziu basicamente guerras sem contacto directo, referindo o discurso de George Bush em Maio de 2001, na Academia naval em Annapolis, quando disse que as forças armadas dos EUA tinham de fazer uma preparação acelerada para futuras guerras e afirmou que estas guerras utilizariam sistemas de alta tecnologia que permitiria aos EUA conduzir uma campanha militar em qualquer parte da terra, sem contacto.

“Deve lembrar-se que o Pentágono só compra do sector da indústria militar armas que foram testadas no campo e que têm um certificado de qualidade na batalha. Um número de firmas ganharam estes certificados nas guerras contra Jugoslávia Afeganistão, sendo estas, entre outras, Martin Lockheed, General Electric e Loral. Outros ainda não têm o certificado, que pode valer entre 50 e 60 milhões de USD por ano,” diz o especialista.

Assim o sector da indústria militar pede à sua administração um conflito militar de vez em quando para testar os seus sistemas, e Washington obedece.

Quanto aos objectivos políticos desta guerra, Vladimir Slipchenko se lembra que pela primeira vez, os EUA fala em mudar o regime, o que quer dizer que os EUA têm de ter uma vitória total, pelo qual precisam de fazer três coisas: derrotar as forças do inimigo, destruir a sua economia e mudar o sistema político.

Prevê que o exército iraquiano será aniquilado fisicamente e os EUA irão ocupar o Iraque para proteger o novo governo que já está preparado. Uma ocupação no contexto do Mundo Árabe vai envolver altos números de baixas, porque incluirá não só missões efectuados por iraquianos que vão considerar que estão a lutar pelo seu país mas também mártires shahid (bombistas-suicida). Por isso se prevê uma chacina do exército iraquiano para eliminar ao máximo os problemas depois da guerra.

Relativamente às possibilidades do Iraque fazer frente ao agressor, o especialista russo não tem dúvidas: Iraque está muito bem equipado para uma guerra da última geração, mas os seus 600,000 soldados, 220 aviões, 2,200 tanques, 1,900 peças de artilharia, 500 lança-foguetes, 110 sistemas de mísseis terra-ar, serão inúteis contra o armamento moderno dos EUA e Reino Unido.

Previu que a guerra iria começar com ataques com armas de precisão contra bunkers e centros de comando (o que aconteceu) e contra sistemas anti-aéreos e que as bombas “cluster” seriam utilizados contra agrupamentos militares (que começou a acontecer ontem e hoje). Mais tarde, irão usar as bombas de micro-ondas, que destruem computadores, transmissores de rádio, até pacemakers...o coração do doente simplesmente iria explodir.

“Prevejo que a operação Choque e Pavor irá durar seis semanas”, disse o Major-General. “Durante o primeiro mês, as tropas e o potencial económico do Iraque serão destruídos”.

Esta guerra, de acordo com as previsões de Vladimir Slipchenko, custará aos EUA cerca de 80 bilhões de USD e quanto às perdas humanas...”Pelo menos 500,000 pessoas morrerão. Será uma guerra muitíssimo sangrenta”.

Depois da guerra, prevê o perito, as forças de ocupação ficarão entre dois a três anos, custando mais 80 a 100 bilhões de USD, depois as forças de manutenção de paz (os novos países-membros da OTAN) serão colocados no Iraque. Estes ficarão mais um a dois anos no território.

Tudo isso levará a uma situação em que daqui a dois anos, o Iraque estará a exportar entre 2 e 2.4 milhões de barris de petróleo por dia, e em cinco anos, 5 milhões de barris, o que corresponderá no preço de petróleo a 12 a 15 USD por barril. A economia dos EUA, actualmente paralisada, irá subir em flecha.

Baseado na entrevista com o jornal Rossiyskaya Gazeta

Timofei BYELO PRAVDA.Ru

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