MNE Russo sobre visita do MNE Italiano à Rússia

RESPOSTA: O ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, Franco Frattini, fará nos dias 15 e 16 de Janeiro uma visita de trabalho a Moscovo na sequência do intensivo diálogo regular entre os nossos países, orientado para a garantia da parceria nos assuntos bilaterais e na arena internacional. Ao mesmo tempo, esta visita terá também um carácter especial, pois trata-se da primeira visita à Rússia de Franco Frattini, nomeado para este cargo em Novembro do ano passado. É significativo que Moscovo seja uma das primeiras capitais a ser visitada pelo ministro italiano.

Quanto aos objectivos concretos da visita, eles prendem-se com um debate pormenorizado das actuais questões das relações bilaterais e dos mais candentes problemas internacionais.

É natural que, tendo em vista a presidência italiana na União Europeia na segunda metade de 2003, os temas da interacção da Rússia com a UE sejam um objecto de atenção primordial. Na complexa situação internacional actual é muito importante conhecer um ponto de vista novo e fora de comum sobre todo o conjunto de relações entre Moscovo e Bruxelas, que reflicta o potencial acumulado da cooperação. Entre outros temas a ser examinados com os italianos podemos destacar o fortalecimento das bases da ordem mundial e a busca conjunta - no âmbito do Grupo dos Oito - das respostas para os desafios globais da época contemporânea. Um lugar especial da agenda das conversações será ocupado pela luta contra o terrorismo internacional e pela solução dos conflitos regionais.

PERGUNTA: Como caracteriza a interacção bilateral com a Itália?

RESPOSTA: A Itália é um dos principais parceiros europeus da Rússia, tendo as relações com este país desenvolvindo-se de forma dinâmica. O pilar das relações bilaterais é o intenso diálogo político, especialmente ao mais alto nível. Posso citar o seguinte número: no ano passado o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, e o Presidente do Conselho de Ministros da Itália, Sílvio Berlusconi, encontraram-se quatro vezes, pela última vez em Outubro, no decurso da visita de trabalho de Sílvio Berlusconi a Moscovo.

Para este ano está planeado um calendário intenso de contactos políticos com a Itália, inclusive aos níveis mais alto e ministerial. PERGUNTA: Como avalia a cooperação russo-italiana na arena internacional?

RESPOSTA: Podemos afirmar que a interacção russo-italiana de parceria exerce uma influência benéfica sobre o clima político geral na Europa. Citemos literalmente dois exemplos. Foi justamente a direcção da Itália que deu passos práticos no sentido da convocação da cimeira Rússia-NATO em Pratica di Mare, em Maio de 2002, em que foi tomada a decisão de formar o chamado Grupo dos Vinte, isto é, o Conselho Rússia-NATO. Cooperamos activamente com Roma em todas as etapas da preparação e realização deste fórum. Os italianos deram grande contribuição no âmbito da União Europeia a fim de encontrar soluções mutuamente aceitáveis para o problema do "trânsito de Kaliningrado". São muito próximas as posições dos nossos países sobre a solução de muitos problemas fundamentais internacionais e numa série deles até coincidem.

PERGUNTA: Como caracteriza os resultados do ano no domínio das relações económicas da Rússia com a Itália e as possibilidades de seu fortalecimento em 2003?

RESPOSTA: O desenvolvimento da cooperação política entre a Rússia e a Itália é reforçado pela intensificação das relações económicas bilaterais. De acordo com os dados relativos a seis meses do ano passado, a Itália ocupou o segundo lugar entre todos os parceiros da Rússia no que respeita às trocas comerciais. Pode servir de vivo exemplo de cooperação bem sucedida na esfera económica a construção conjunta do gasoduto no fundo do Mar Negro (projecto "Corrente Azul") pelo qual o gás começou a ser exportado da Rússia para a Turquia, na véspera do Ano Novo. Encontram-se em fase de elaboração novos projectos de grande escala no domínio da co-produção industrial. Uma das áreas mais promissoras da cooperação económica bilateral é o aproveitamento na Rússia das experiências italianas de implantação das chamadas "zonas industriais". Trata-se da concentração, no mesmo território, de pequenas e médias empresas que se especializam na fabricação de um determinado tipo de produtos. Os projectos-piloto desta cooperação poderiam ser realizados, por exemplo, em torno das grandes empresas numa série de regiões da Rússia, com a participação de companhias italianas.

Numa palavra, se nos queixamos com frequência da inércia dos meios de negócios ocidentais no que concerne à cooperação com a Rússia, isso não se pode dizer de modo algum da Itália. Por isso, esperamos que também o ano de 2003 traga novos projectos económicos conjuntos. As ideias e possibilidades neste plano estão ainda longe de estar esgotadas.

© RIAN

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