O Ano Revisto

Muitas foram as histórias deste ano mas a de Beslan faz lembrar Belsen e por isso a escolhemos como tema de destaque num ano em que as forças do Mal estão mais uma vez bem activas.

Beslan foi uma aberração, em que terroristas, drogados, drogadas, loucos e loucas decidiram que tomar uma escola seria uma ideia interessante para…fazer ninguém sabe o quê.

A reacção das autoridades russas, que destruíram por completo os terroristas (insurgentes, guerrilheiros, militantes, e por aí fora, nas palavras de alguns) provocou uma reacção arrogante da U.E., que pediu explicações pela utilização de força.

Nem dá vontade de continuar com esse artigo. Pedir explicações pela utilização de força quando centenas de crianças estão forçadas a ficar num ginásio, quando são esforçadas a beber urina, quando são metralhadas nas costas por esses…indivíduos…explicações?

A russofobia será decerto um tema para ser debatido no próximo ano. Cada vez que acontece um desastre na Rússia, está nas primeiras páginas da imprensa ocidental. Cada vez que acontece um evento que poderia mexer ou não com a Rússia, é apresentado como um cenário de pior hipótese, como por exemplo na eleição da Ucrânia.

Nada disso. A parte russa congratulou Viktor Yanukovich quando foi anunciada a sua vitória, e depois da confusão que seguiu esta declaração, Moscovo depressa afirmou que aceitaria qualquer candidato eleito pelo povo ucraniano. Evidentemente, porque não tinha sido Vladimir Putin quem congratulou Yanukovich, foi seu adido quando o presidente estava fora do país.

É precioso e preciso ver que a maior parte dos russos são pessoas simpáticas, gostam das suas crianças, gostam da família, choram como os outros, gostam de brincar, se comer, de beber, de se divertirem, são cultos, são educados.

Não vamos analisar mais eventos nenhuns neste artigo, pois já o fizemos durante o ano inteiro mas vamos tentar rectificar um erro grande e bradante no livro da história. Neste momento, a Federação Russa, juntamente com Pequim, Berlim, Paris, Madrid, Brasília e outros pólos de razão, tenta criar um eixo de bem, que zela por um estado de direito, pelo estado de diálogo, de amizade, na gestão de crises na comunidade internacional.

Este estado, prova de liberdade, fraternidade e igualdade, encarna o espírito da maior parte da Humanidade este Natal, nomeadamente no desejo de gerir crises em conjunto, a partir dum processo comum e nunca unilateral.

O unilateralismo dos Estados Unidos da América, e seus sicofantas cada vez menos convencidos, mais uma vez assombrou este ano, em que histórias muito mais importantes, como o aumento de pessoas com fome e as milhões de pessoas afectadas por conflitos étnicos e/ou guerra e seca, ficou para trás numa média cada vez mais controlada por matérias cinzentas que produzem notícias cinzentas.

Pedofilia, futebol, escândalos…e por aí fora.

Por isso mesmo é que reduzo o resumo de 2004 a esta página. Poucochinha. Assuntos muito mais importantes foram relegados ao caixote de lixo das notícias mundiais por órgãos de média que gostam de regurgitar as fantasias dos barões que controlam as notícias, as drogas, as armas…e por aí fora.

Onde estava a história de Darfur nos média internacionais, apesar do facto que a PRAVDA.Ru levantou esse assunto inúmeras vezes? Onde estava a história da Eritreia e Somália, onde milhões de pessoas estavam a sofrer?

Simplesmente não figurava. É mais importante o futebol, pois não?

Vamos ver se em 2005 finalmente consigamos estabelecer um conjunto de regras digno da Humanidade? Não é difícil, é preciso simplesmente saber quando se deve dizer não e quando se deve dizer basta..

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X