Em defesa da soberania da Síria

Em defesa da soberania da Síria


Nota do PCdoB em defesa da soberania da Síria e contra a agressão militar anunciada pelos EUA e a OTAN

A República Árabe da Síria, um dos países mais antigos da humanidade e um dos berços da civilização, desde março de 2011 vem sendo covardemente agredida a partir do exterior. Mercenários terroristas de dezenas de nacionalidades, mobilizados e pagos com o apoio dos EUA, de países da União Europeia como a Grã-Bretanha e a França, de Israel, da Turquia, e de países do golfo Pérsico-Arábico como a Arábia Saudita e o Catar, vêm invadindo a Síria e promovendo ataques de todas as formas, em especial atos covarde de terrorismo, que vitimaram e continuam vitimando dezenas de milhares de civis sírios.

As potências imperialistas tudo têm feito para violar a soberania da Síria. Neste monento, há possibilidade de novas agressões, ainda mais graves, desta vez feitas diretamente pela OTAN, utilizando até mesmo mísseis de cruzeiro que seriam disparados de águas do Mediterrâneo, a partir de navios da 6ª Frota dos Estados Unidos. Declarações contundentes do secretário de Estado John Kerry, como do próprio Obama, e apoiadas pela França e pela Inglaterra, demosntram esses intentos de escalada da guerra.

Conhecemos o formato, esse modelo de agressão. É como se assistíssemos a um filme já projetado. Primeiro denuncia-se a existência de armas de destruição em massa. Em seguida - sem apresentar prova alguma - alegam ataques com armas químicas para atacar militarmente o país em questão. Nesse momento as redes midiáticas a serviço das potências imperialistas apontam imediatamente o dedo para o governo do presidente Bashar Al Assad, ainda que as atuais evidências mostrem exatamente o contrário - que o gás qímico foi usado pelos mercenários  - vê-se que o que vale é a versão e não os fatos. Valem-se de tudo, da mentira e da montagem de cenários para justificar a agressão militar.

O contexto que observamos hoje no Oriente Médio vem se repetindo desde 1991, quando da primeira agressão ao Iraque. E da segunda agressão ao Iraque, em 2003, desta vez sem nenhuma aprovação da ONU e na qual ficou provada depois a não existência de armas químicas. Em 2010 foi a vez da Líbia. Assim tem agido as potências imperialistas. De forma criminosa, atuando como estados terroristas que ignoram as leis internacionais, bombardeiam o país, destroem a sua infra-estrutura, asssassinam dezenas e até centenas de milhares de civis, mata-se o presidente do país, divide-se o que restou da economia do país entre transnacionais, e entrega-se o poder a "rebeldes" aliados desses países imperialistas.

Esse é o plano para a Síria. Em dois anos e meio de agressões, boa parte da infraestrutura do país, incuindo escolas e hospitais, está destruida. Esse que tem sido o país republicano, laico e de governo soberano por décadas, solidário aos palestinos e iraquianos, vê-se agora agredido de todas as formas. Pelo menos dois milhões de sírios encontram-se deslocados ou refugiados em países vizinhos. Desemprego e pobreza estão elevados.

O Partido Comunista do Brasil vê com extrema preocupação a possibilidade de uma nova e mais brutal agressão à Síria. Seria mais uma clara violação ao direito internacional e à Carta da ONU. Sabemos que a Síria tem apoio de muitos países como Rússia, China, Irã, além do Líbano e outros países árabes da região, e portanto um ataque iminente poderá causar um conflito regional de grandes proporções.
Por isso defendemos a paz. O conflito atual deve ser resolvido pelos próprios sírios, sem interferência externa. Defendemos a soberania e a integridade territorial da Síria. Somos solidários com seu povo. Conclamamos os brasileiros e brasileiras amantes da paz a manifestarem-se, nas ruas, nas redes sociais, no Congresso Nacional, para demonstrar a nossa solidariedade.

Renato Rabelo
Presidente Nacional do PCdoB
 
Ricardo Alemão Abreu
Secretário de Relações Internacionais do PCdoB

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