Blair lança ofensiva

Enquanto o Partido Conservador se vê à frente nas sondagens, sem dúvida por causa da impopularidade da política externa do governo, Tony Blair lança uma ofensiva para trazer o governo mais perto do povo e abordar os assuntos que preocupam o povo britânico.

Após o discurso da rainha esta semana que traçou as linhas-guia para as áreas de legislação a serem debatidas neste parlamento, Tony Blair prepara a próxima eleição legislativa, que terá de ser em 2006, ao mais tardar mas seguindo a tradição de parlamentos de quatro anos, o governo estará preparando para uma janela que se apresente uma melhor opção na altura de primavera de 2005.

A mensagem de Tony Blair à nação é que o seu governo de New Labour já fez muito desde 1997 na criação duma sociedade onde se pratica a justiça social, que é culturalmente diversificada e mais tolerante, mas que há muito mais a fazer.

Por esta razão, foi lançada a iniciativa das consultas públicas, em que o público em geral é convidado a comunicar ao centro político do partido as suas preocupações, sendo estas as velhas áreas que custam dinheiro: a saúde, a educação, a transportação pública e o policiamento.

No sector da saúde, New Labour continua sua política de estabelecer Foundation Hospitals, responsáveis pelo seu financiamento e que providenciam um serviço mais ligado à comunidade. A New Labour empenha-se em dar mais poderes de decisão aos trabalhadores na área de saúde, dando às enfermeiras e aos médicos mais poderes e tirando-os da geração de administradores que geriam os hospitais a partir de escritórios confortáveis no governo dos Tories.

A Lei de Educação Superior irá facilitar a passagem das crianças oriundos de famílias sem recursos na educação superior, criando um sistema mais egalitário, enquanto na mesma altura irá aumentar a qualidade do ensino, fazendo as Universidades britânicas mais competitivas.

Investe-se dinheiro na rede ferroviária, que foi estrangulada durante anos nos governos monetaristas e sovinas de Margaret Thatcher, para que as normas de segurança e pontualidade possam ser aumentadas. O problema é que em muitos casos, a estrutura existente é tão velha que custa cada vez mais a manter e as infra-estruturas já não são estáveis.

Relativamente ao crime, haverá penalidades mais duras para os que ofendem mais do que uma vez e para os crimes sexuais. As autoridades locais terão mais poderes para abordar o problema de comportamento anti-social.

Em termos gerais, neste ultimo parlamento antes da campanha para a próxima eleição legislativa, o ênfase está na justiça social, dando aos menos ricos as mesmas oportunidades gozadas pelos mais abastados, criando serviços públicos que estão mais pertos da comunidade que os usa e que são mais inter-activos com o público e com as suas necessidades.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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