Costa do Marfim vive dia de terror

A cidade de Abidjan, na Costa do Marfim, viveu neste domingo mais um dia de terror. Parte do prédio da Embaixada da França foi incendiada por manifestantes, que queimaram pneus nas ruas e invadiram e saquearam outros prédios.

Os ataques começaram depois da assinatura de um acordo de paz feito na noite de sábado. Após um série de reuniões, um plano foi assinado entre governo e grupos rebeldes da Costa do Marfim e o governo da França. O encontro, que durou nove dias, foi realizado em Paris e reuniu os chefes de Estado africanos para discutir a situação da Costa do Marfim.

Entretanto, o que deveria dar fim na guerra civil que toma conta do país há quatro meses, gerou mais conflitos na cidade de Abidjan. Milhares de partidários do presidente não concordaram com o resultado da reunião e se rebelaram pela manhã. Segundo o acordo, Gbagbo abrirá mão de alguns de seus poderes em nome de um primeiro-ministro que irá liderar um governo de unidade nacional. Esse governo será composto pelos principais partidos políticos e também pelos rebeldes que, desde setembro, lutam contra o atual regime. Seydou Diarra será o primeiro-ministro.

O presidente da França, Jacques Chirac, foi um dos principais colaboradores para a assinatura do plano. Isso despertou a ira dos manifestantes contra a França que, segundo eles, intervém de maneira negativa nas negociações do país desde o início dos conflitos.

Por esse motivo os principais alvos de pedras e tochas foram os estabelecimentos ligados à França, como a agência da companhia aérea Air France e o Centro Cultural Francês. Os vôos da Air France para Abidjan foram cancelados e os franceses que vivem na cidade não saíram às ruas durante o dia. Segundo as agências de notícias, soldados franceses chegaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

A situação só foi controlada após os apelos do presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, que estava em Paris e pediu aos seus compatriotas que esperassem o seu retorno, ainda no domingo. "Quero que me esperem para que eu fale diretamente com eles", explicou Gbagbo.

Silvano Mendes PARIS

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