As teias sinistras da farsa da Haia

A pergunta se coloca, quanto mais baixo pode Washington chegar? Depois da política assassina de George Bush no Iraque ter cerrado as fileiras da comunidade internacional em nome de defender o que é justo e contra a utilização de mentiras, chantagem, arrogância, prepotência e a prática de forjar documentos, utensílios diplomáticos empregues por Colin Powell, pouco ou nada surpreenderia.

Agora temos provas que ao ex-Presidente Slobodan Milosevic da Jugoslávia foi administrado o medicamento errado, ou então o “tribunal” da Haia está a mentir, o que parece ser a norma na diplomacia de Washington nos dias de hoje.

Slobodan Milosevic declarou recentemente à imprensa que a medicação contra a hipertensão lhe é administrada na unidade de detenção pelos guardas, e que tem de tomar essa medicação na presença deles.

Como então é possível que os testes feitos às amostras de sangue do ex-Presidente da Jugoslávia demonstram que o nível destas drogas contra a hipertensão são menores do que deveriam ser e como é possível que os mesmos testes revelam a presença de outras drogas que não foram prescritas?

Alguém está a manipular o regime de medicação, tentando assassinar o ex-Presidente para impedir que ele diga a verdade sobre o que aconteceu na Jugoslávia, ou será que o “tribunal” da Haia está a mentir? Se a medicação contra a hipertensão não esteja a ser administrada de forma eficaz, resta a noção que alguém está tentando matá-lo e deve dizer-se, que depois de vermos as atrocidades do regime de Bush, não surpreenderia ninguém.

A associação oficial dos apoiantes de Slobodan Milosevic enviou o seguinte relatório à PRAVDA.Ru:

“Em 23 de Novembro de 2003, o jornal dos Países Baixos NRC Handelsblad relatou num artigo intitulado “Milosevic Kreeg Verkeerd Medicijn" que o tribunal tinha dado o medicamento errado ao ex-Presidente, causando a pressão arterial a subir muito rapidamente. Foi por isso que no início deste mês o julgamento contra o antigo Presidente da Jugoslávia foi suspenso. Fontes dentro do tribunal confirmaram isso”.

Quanto mais baixo pode Washington cair? Depois do assassínio em grande escala dos civis no Iraque, rebentando os olhos e os membros e as caras e os futuros e as vidas das crianças que estavam a brincar nos seus quintais – com bombas de fragmentação – depois da tortura e estupro dos (das) prisioneiros (as) iraquianos (as), temos a tentativa de assassínio do ex-Presidente da Jugoslávia? Ou quanto menos, mais mentiras.

O “tribunal” da Haia está em caos hoje, depois do advogado (imposto) da defesa, o britânico Mr. Kay, ter-se demitido no final de semana, afirmando que:

“Minha equipa e eu, não podemos dizer que podemos desempenhar o nosso papel devidamente, somos ineficazes neste julgamento e não podemos dizer que agimos no interesse da justiça”.

Acrescentou que “As pessoas se enganam a pensarem que o que acontece aqui é uma defesa eficaz”.

Por quê razão é que o advogado Kay foi imposto na defesa de Slobodan Milosevic? Porque ao ex-Presidente da Jugoslávia foi administrado um nível de medicamentação que aumentasse a sua pressão arterial para que não pudesse continuar a defender-se (que fazia tão bem, fazendo troça das alegações absurdas da Procuradora Carla del Ponte ao examinar os testemunhos chamados por esta Suiça e fez com que muitos deles negassem a primeira versão dos eventos que tinham declarado). O resultado? Silenciá-lo. Será justiça, ou censura? Justiça no Washington de George Bush, talvez.

Mudar a posição da baliza durante o jogo é baixo, muito baixo mesmo, mesmo para o Washington de Bush e Cheney e Rice e Rumsfeld e Powell.

O advogado de defesa britânico foi imposto neste caso, substituindo e contra a vontade do ex-Presidente Milosevic, quando a pressão arterial dele era menor do que tinha estado em 2002, quando foi decidido que ele tinha condições para se defender.

Esta farsa da Haia denigre a imagem dos Estados Unidos da América, denigra a imagem do governo de Presidente Bush, é um ultraje para a lei internacional (totalmente desrespeitada pelo regime de Bush) e denigre a imagem da União Europeia, onde está a decorrer esse disparate.

Como se pode negar o direito a se defender a Slobodan Milosevic, quando a pressão arterial era menor do que tinha sido quando consideraram que tinha as condições para isso?

Stani rate! Parem a guerra!

Nesse caso, contra a lei internacional, contra as normas de diplomacia e a decência comum. Quando é que os antigos inimigos da União Soviética irão atirar as luvas para o chão e não insistirem a se justificar por procuração?

A resposta? Quando o Cheney e o Rumsfeld ficarem nos anais da história política (ou nos registos de crimes de guerra e assassínio em grande escala).

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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