Guantanamo e Abu Ghraib – os Auschwitz dos Estados Unidos da América

Antes que comece uma chuva de críticas, com ameaças de morte no correio eletrônico secreto e pessoal do autor e ataques por hackers contra o site mais uma vez, deve dizer-se que em Auschwitz e nos outros campos de concentração se viu até aonde pode chegar e quão baixo pode descer o ser humano.

Para aqueles que tiveram a oportunidade de visitar alguns desses campos e ver o interior com os próprios olhos, nós só podemos imaginar o que aconteceu realmente, na concentração estudada de crueldade e ódio contra seres humanos inocentes, homens, mulheres e crianças sem defesa cujo único crime foi terem nascido.

Para nós que vimos o que aconteceu mas não o viveu, nem temos o direito de imaginarmos como sentiram as vítimas. O fedor de milhares de pessoas mantidas em condições deploráveis ainda se cheira hoje em dia nas neblinas de Dachau. Os gritos ainda se ouvem em Treblinka, o olhar desesperado do rapaz de seis anos, questionando o guarda do SS “por quê?” quando foi empurrado para dentro da câmara de gás em Auschwitz ainda se vê e aquela mão confiante da criança pequena na da sua mãe, pela última vez, ainda se sente em Belsen.

Hoje, passados sessenta anos depois da libertação de Auschwitz pelos tropas soviéticos, ainda vemos a injustiça humana numa escala totalmente inaceitável, chocante para os tempos em que vivemos. Os horrores nos campos de concentração de Abu Ghraib e a Baia de Guantanamo são os Auschwitz, Belsen, Dachau e Treblinka de hoje. Não de Hitler e Mengele e Himmler mas de Bush e Cheney e Rumsfeld.

Tortura, no início do terceiro milénio. A detenção de prisioneiros durante três anos sem qualquer processo legal, sem acusação formal, sem acesso a advogados.

Será essa a lei dos EUA? Será essa a liberdade e democracia que Washington está sempre a citar? Será essa a civilização para a qual lutamos tanto?

Os cidadãos dos EUA não têm o direito a um devido processo legal, a norma e não a excepção em todos os estados do mundo salvo uma mão cheia de ditaduras? Os cidadãos estão tão fundamentalmente superiores aos outros seres humanos?

Então por quê uma lei para eles e outro para o resto da humanidade? Se Guantanamo Bay faz parte do território administrado pelos Estados Unidos, a lei desse país não se aplica lá? Por quê é que o regime de Bush estica a fibra da decência humana ao limite com cada passo que faz?

Mas mesmo assim, a boa gente dos EUA insiste em votar nesse mesmo regime, uma amostra do Mal que insulta todos os vítimas da degradação humana através da história e que entrará nos anais da mesma como um ponto negro na mossa marcha para uma sociedade civilizada.

Bush, Rumsfeld, Cheney e Rice não pertencem na Arca de Noé. Pertencem noutra planeta onde se sentiriam mais a vontade com espécies do mesmo tipo: Como, por exemplo, o Alien, o oitavo passageiro.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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