ONU mostra cautela sobre alegado uso de armas químicas na Síria

 

O Conselho de Segurança da ONU destacou nesta quarta-feira (21) a necessidade de esclarecer as alegações sobre um suposto ataque com armas químicas nos arredores de Damasco e afirmou que "a situação deve ser seguida com bastante cuidado".

O orgão de 15 membros reuniu-se de forma emergencial e expressou "forte preocupação" com as notícias relacionadas ao emprego desse tipo de armamento na Síria e reiterou a demanda por um fim das hostilidades no país árabe.

A embaixadora da Argentina na ONU, María Cristina Perceval, atual presidenta do Conselho de Segurança, disse aos jornalistas que todos os membros do Conselho defendem uma investigação "imparcial" sobre as alegações.

Também sublinhou que o emprego desse tipo de armamento, por qualquer bando e circunstância, viola a lei internacional e pediu que as vítimas tenham acesso imediato à ajuda internacional.

Por sua vez, o vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, informou que a equipe de especialistas que investiga as denúncias de uso de armas químicas na Síria está à espera da permissão das autoridades para dirigir-se à area indicada pelas alegações.

Prudência

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, defendeu que se observe com prudência a divulgação de informações sobre o uso de armas químicas contra civis na periferia de Damasco.

Segundo ele, é necessário aguardar a conclusão dos trabalhos dos peritos da Organização das Nações Unidas (ONU), que estão no país verificando a possibilidade de uso de armas químicas para avaliar a situação como um todo.

Porém, Patriota lamentou as suspeitas sobre uso de armas químicas em Ghouta, na zona leste de Damasco, que teriam matado pelo menos 100 pessoas nesta quarta-feira.

Para o chanceler, o ideal é buscar um acordo na região a partir de uma agenda diplomática desenvolvida pelos integrantes do grupo liderado pelo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Áraba à Síria, Lakhdar Brahimi, na chamada Conferência Genebra 2, promovida pela Rússia e pelos Estados Unidos.

O governo brasileiro acompanha a situação na Síria por intermédio de informações do encarregado de negócios no país, o diplomata Bruno Carrilho. O diplomata está em Beirute, capital do Líbano, que faz fronteira com a Síria e envia dados diários ao Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty.

Combate nos arredores de Damasco

Uma grande operação do Exército Árabe Sírio contra bandos terroristas e mercenários foi realizada nesta quarta em várias localidades ao redor da capital do país. O resultado foi a morte de dezenas de opositores até o final da jornada.

As ações tiveram início às 6h30, hora local, e foram intensas na área de Moadamieh, a cerca de 10 quilômetros do centro de Damasco, no sudoeste da cidade. Aviões de combate efetuaram ações na região e foi usado fogo de artilharia contra os grupos armados.

A cidade de Moadamieh é quase uma cidade-fantasma, porque seus moradores fugiram dali há um ano, expulsos por extremistas islâmicos que os obrigaram a abandonar suas casas ou serem massacrados pelas entidades que dirigem os bandos terroristas, segundo informou o Ministério da Defesa sírio.

Ao mesmo tempo que o Exército atacava os opositores, estes lançavam também um ataque com lançamento de projéteis e morteiros contra bairros residenciais damascenos e da periferia, provocando a morte de quatro pessoas e cerca de 30 feridos.

Vários bairros foram alvo nesta quarta de outros ataques dos bandos armados. Segundo fontes ligadas ao hospital Al-Muwasat, sete crianças foram internadas após o ataque a um bairro da zona leste da capital síria, entre elas um bebê de nove meses, em estado crítico.

O aumento do número de ataques aconteceu ao mesmo tempo que a oposição alardeava um suposto uso de armas químicas na cidade, afirmando que o governo era autor dos ataques.

 

Do Vermelho com agências

http://www.iranews.com.br/noticia/10686/onu-mostra-cautela-sobre-alegado-uso-de-armas-quimicas-na-siria

 

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