PALESTINA - O EQUILÍBRIO DA PAZ OU DO TERROR?

Muitas pessoas conhecem a Palestina pelos conflitos com Israel, mas outras acham que o território árabe não significa nada no contexto mundial. Será que esses dois pontos de vista sobre a Palestina são corretos?

De certa forma, muito se fala da Palestina dos homens bombas, dos fundamentalistas islâmicos, dos grupos extremistas Hamas e Jihad Islâmico, essa sim é a Palestina que todos nós conhecemos. Alias, ela sempre está nas manchetes e noticiários dos jornais.

Infelizmente por grande parte da mídia cobrir os conflitos no Oriente Médio, de uma forma nada imparcial e objetiva, muitos pensam que os árabes são uns monstros, assassinos de criancinhas, são por natureza maus, devido à grande repercussão que se dá aos atentados terroristas contra Israel, e não há uma cobertura sobre o massacre da população palestina pelas tropas israelenses a mando do primeiro ministro Ariel Sharon. Shatila? Esquecido.

Por esse motivo muitos pensam que a Palestina é um “antro” do terror, pronta a fabricar demônios programados para se explodir, punindo, assim, pessoas inocentes. Mas é bom lembrar os famosos ataques “cirúrgicos” de Israel, os helicópteros lançam mísseis contra áreas civis e já mataram muitos palestinos inocentes.

Nos dois casos, a violência na região dos conflitos é sentida pela população civil que é a mais afetada com a incompetência dos respectivos líderes de Israel, principalmente o primeiro ministro Ariel Sharon, que está arruinando o plano de paz “mapa da estrada” com as constantes incursões israelenses e agora com a construção do muro da vergonha, restringindo ainda mais a liberdade do povo palestino na sua terra, ocupada por Israel.

A intolerância na região é agravada pela visão errônea que se tem da Palestina, só gera mais ódio entre os árabes e israelenses. Além de muitos árabes que estão no estrangeiro, sentem na pele a discriminação e o preconceito que se tem espalhado pelo mundo ocidental. Se o ódio contra os árabes era forte devido aos ataques terroristas contra Israel, a situação agravou-se, depois dos ataques terroristas de 11 de setembro em 2001, nos EUA.

Quando os aviões comerciais se chocaram com as torres gêmeas, em Nova Iorque, e depois de uma hora elas vieram a desabar, mostradas ao vivo pela televisão, a CNN focava sua atenção nos palestinos festejando a tragédia e saudando Alá. Quem viu aquelas imagens deve ter no mínimo ficado chocado com a frieza dos árabes, essas cenas indignaram muitas pessoas. Novamente a mídia explorou a fragilidade da questão palestina, se aproveitando do desespero e do sofrimento deste povo sempre prejudicado e esquecido pela comunidade internacional.

É preciso dizer que depois do 11 de setembro, o espiral de violência entre palestinos e israelenses transformou a região em um banho de sangue. Claro, que os EUA apoiaram Israel a reprimir ainda mais a revolta palestina. Os EUA é aliado incondicional de Israel, tanto é que os dois países estão juntos na violação de direitos humanos contra o povo palestino.

Outra questão importante é sobre os territórios ocupados, Israel ocupou ilegalmente a terra dos árabes e se recusa a sair: Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, com o pretexto de que se retirando dos territórios aumentaria o terrorismo dos grupos radicais palestinos contra Israel. Com essa tática de ocupação ilegal, Israel conseguiu expandir, e muito, o seu território, guerreando com os palestinos e as nações árabes, Israel foi expulsando a população palestina, no que resultou em milhares de refugiados que tiveram que se asilar em países vizinhos, principalmente na Jordânia. Os palestinos refugiados nem sequer têm o direito de voltar à sua terra natal.

Apesar de tudo isso, os palestinos são heróis, eles estão em uma luta desfavorável com Israel, mas ainda sim, esse povo tem a esperança de um Estado Palestino independente e com a soberania legítima.

Um ponto importante também é o seguinte: desde que o Estado de Israel foi fundado há 55 anos atrás, o Oriente Medio se transformou em um barril de pólvora, e o mundo nunca mais teve paz. Para comprovar isso, desde a criação do Estado Judeu, foram desencadeadas quatro guerras entre as nações árabes e Israel (Guerra de 1948, a Guerra de Suez, a Guerra dos Seis Dias de 1967, a Guerra de Yom Kippur). Todas elas foram motivadas pela causa palestina e a soberania árabe sobre os territórios ocupados que Israel se apossou ilegalmente, entre eles: as Colinas de Golan, da Síria, que permanece sobre tutela israelense até hoje, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

Nós estamos familiarizados com a causa palestina e os seus conflitos no Oriente Médio, mas há dois anos atrás a Palestina e sua causa deixou de ser um problema apenas dos árabes e israelenses: No dia 11 de setembro de 2001, quando aconteceram os atentados terroristas nos EUA, teve como uma das principais causas “ O sangue inocente do povo palestino”. Essa declaração foi dita pelo autor dos atentados: O saudita, Osama Bin Laden.

Portanto, ao contrário do que se pensa, a Palestina é o ponto de equilíbrio da paz, se a ONU, a UE e a Rússia trabalharem em conjunto para acabar com o fim do conflito no Oriente Médio, caso contrário a Palestina exportará para o mundo “uma chuva de homens bombas” dispostos a morrer pela liberdade de seu povo e a independência de sua terra.

O que é preocupante é que a segunda hipótese parece ser mais provável que a primeira. Nessa semana o vice primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, conhecido pelo seu radicalismo de direita, defende a idéia de “expulsar ou prender Yasser Arafat” em outras palavras, o gabinete israelense estuda seriamente a possibilidade de matar o líder palestino. Ehud Olmert ainda disse que “matar Arafat” é uma opção. O vice de Sharon acredita que só assim haverá paz entre os dois povos.

Por muito que essa idéia soa absurda, matar Yasser Arafat transformaria a Palestina em uma anarquia, e cairia facilmente na mão dos grupos extremistas islâmicos, causando um terramoto de ataques terroristas, prejuízos financeiros altissímos. O terrorismo atingiria proporções gigantescas, não só no Oriente Médio, mas se espalharia pelo mundo como uma doença contagiosa, ceifando a vida de milhares de pessoas inocentes.

Essa semana, a UE, a Rússia, e a Liga Árabe condenaram a posição de Israel de “expulsar” Arafat da Palestina. Os países que apoiam o líder Yasser Arafat e sua permanência na Palestina, são 133, inclusive o Brasil, e apenas quatro países apóiam a resolução de expulsar Arafat, entre eles estão...Israel e EUA, é claro.

Michele MATOS PRAVDA.Ru BRASIL

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