Cuba: Discurso de Fidel Castro

O presidente Fidel Castro afirmou em 17 de Janeiro na província ocidental de Pinar del Rio que haverá um antes e um depois da revolução energética em Cuba, da qual se poderão derivar importantes lições para o mundo.

Ele resumiu o ato pela culminação da montagem dos geradores — pequenas fábricas geradoras de electricidade – nessa província para elevar o nível de vida da população, qualificando esse dia de grandioso, especial para o território, o país e para outros povos. Informou que em menos de seis meses, a nação já instalou 205 geradores, produtores de 253,500 mil quilowatts/ hora, com indicadores mínimos de consumo de combustível e um impacto significativo na disponibilidade em caso de avaria.

Explicou que Cuba no mesmo período do ano anterior, gastava 150 megawatt acima do valor actual, expressão da validade do programa, que compreende a instalação de geradores mais eficientes e a reabilitação das redes de distribuição, entre outras tarefas.

Logo – expressou – as províncias de Havana, Matanzas e Holguin terão as mesmas condições de Pinar del Rio, portanto tampouco sofrerão os molestos apagões por causa da falta do fluido no sistema.

No mais tardar, para o próximo 1 de Maio, a todos os núcleos urbanos electrificados, mais de 95%, não consumirão querosene ou gás de bujão, salvo na cidade de Havana ou em outros lugares, em situações de emergência, acrescentou. Nessa data, indicou Fidel, acima da disponibilidade de seis meses atrás, Cuba terá dois milhões de quilowatts/ hora, dos quais um milhão como resultado da distribuição e substituição dos equipamentos electrodomésticos.

O presidente enumerou entre os benefícios da revolução energética, a poupança de divisas, o emprego de um combustível nobre, seguro e são nos lares, e disse que ao término do programa, Cuba economizará USD$ 1 bilhão por ano.

Às medidas mencionadas, acrescentou a intensificação do programa para incrementar o uso do gás que vem acompanhando a extracção do petróleo na geração de electricidade com o emprego do ciclo combinado e o estudo acerca da utilização da energia eólica e solar.

As obsoletas termoeléctricas, declarou, serão substituídas paulatinamente pela nova geração de motores e se lhes dedicarão os recursos mínimos necessários para manter a disponibilidade das unidades mais eficientes, e as outras serão conservadas enquanto transcorra a primeira fase da transformação do actual sistema.

Destacou a participação dos trabalhadores sociais em tarefas sensíveis para a população como o atendimento aos sectores vulneráveis, o início da luta contra o esbanjamento, o desvio e a venda ilegal de combustível, e na distribuição ou troca para as famílias de artigos antigos por modernos que consumam menos energia.

Depois de rememorar sua entrada há 47 anos em Pinar del Rio, pouco depois do triunfo da Revolução, Fidel reconheceu como a outrora Gata Borralheira de Cuba exibe indicadores socioeconómicos destacados, como por exemplo, contar com 80 vezes mais graduados de nível superior que antes de 1959 e uma taxa de mortalidade infantil de 5,4/ mil nascidos vivos – menor que a da capital dos EUA.

Precisou que o país já tem contratado mais quatro mil geradores de emergência, dos quais já chegou 72,2% e cuja potencia instalada até hoje garante a protecção aos centros e instituições mais importantes, como policlínicas, hospitais, padarias, escolas e estações meteorológicas, fundamentalmente.

Outra notícia é a reparação de onze escolas do campo no município pinarenho de Sandino, que se encontram fechados por falta de matrícula; estes serão destinados à formação de médicos latino-americanos.

Argumentou que na grandiosa revolução energética e na sua implicação social realizada em Pinar del Rio em tão breve tempo, se pode ver a eficácia da Revolução, o apoio do povo e a experimentada direcção política dos dirigentes de várias gerações em plena acção.

Fidel enfatizou que nada poderá deter a obra da Revolução, apesar da crescente hostilidade do mais poderoso império da história humana.

Ao oferecer pormenores da revolução energética que acontece no país, disse que para o primeiro semestre deste ano, estarão instalados no território nacional milhares de geradores e outros equipamentos, com os quais se solucionará os problemas originados por um sistema electroenergético obsoleto e esbanjador.

Afirmou que os habitantes de Pinar del Rio podiam dar adeus aos apagões, pois a partir das reformas aplicadas, jamais o território voltará a sofrer esses cortes por défice de geração de electricidade.

Isto é só um primeiro passo na batalha pela eficiência no país; depois verá a substituição das unidades das termoeléctricas altamente consumidoras, por motores de ciclo combinado, com os recursos necessários para sua manutenção.

Contudo, referiu-se a que algumas destas centrais serão conservadas durante esta primeira etapa da revolução energética, se o sistema requer em algum momento seu funcionamento.

O líder cubano apontou que serão testadas várias tecnologias para a geração eléctrica, inclusive uma projectada para resistir ao açoite dos furacões, que frequentemente, atacam o país.

Poderá faltar a luz pela queda de árvores, por afectações em transformadores ou por um furacão, mas não faltará o fluido nos sistemas por falta de geração, com tem ocorrido nos últimos tempos, afirmou.

Disse que os equipamentos encomendados ascendem a 4 158 e já são mais de três mil os que estão no país. A aquisição desses geradores significaria uns 711 811 quilowatts de potência, sem dúvida, uma cifra importante.

Adiantou que os benefícios dos geradores alcançarão o longínquo Paquistão, pois se prevê instalar alguns nos hospitais de campanha onde o pessoal cubano de saúde trabalha, atendendo os danificados pelo devastador sismo que assolou aquela nação.

Com estes equipamentos se garante em Cuba, o funcionamento de 290 policlínicas, 191 hospitais e outras 241 instituições de saúde, assim como 128 entidades educacionais e 54 estações meteorológicas.

Deu ênfase ao facto de que os 188 sistemas de abastecimento de água, estações de bombeamento e rebombeamento e equipamentos de clarificação, que estão assegurados eficientemente, com a nova tecnologia.

Fidel reiterou aos assistentes que, salvo uma debacle no mundo, nada poderá deter as mudanças que se realizam em Cuba.

Comentou que é motivo de grande satisfação em muitos países o que estamos fazendo, e exemplificou com as 20 brigadas médicas que estão atendendo a população do Paquistão, fortemente golpeada pelo terramoto de 8 de Outubro de 2005 e pelo forte Inverno.

Afirmou que muitos dos nossos êxitos são consequências do capital humano formado nestes anos, do conhecimento e das experiências acumuladas e do heroísmo do qual o povo bloqueado, agredido e ameaçado tem sido capaz.

Agora os imperialistas estão inventando novas provocações, mas não poderão com Cuba – assegurou concluindo – no meio da aclamação do povo reunido na capital pinarenha.

Em outra parte de sua intervenção, Fidel destacou os avanços de Pinar del Rio em todos os sectores, pois o ato coincidiu com o 47º. aniversário de sua entrada nesse território depois do triunfo de 1959.

O presidente revisou as condições de exploração que sofria o povo pinarenho cuja província era conhecida como a Gata Borralheira, antes do triunfo da Revolução.

Lembrou que há 47 anos eram parte do dia-a-dia de seus habitantes, o latifúndio, a exploração desapiedada, o pagamento forçado como renda da terra de mais de 30% do valor dos produtos do campo; o analfabetismo, a ausência quase total de atendimento médico e da educação, assim como a falta de água e dos serviços públicos.

Recordou que o 17 de Janeiro de 1959, em Artemisa, então parte da província, disse: "Sei que há muitos homens necessitados, muitos doentes sem hospitais, muitas crianças sem escolas, muitas famílias passando fome, mas não resolveremos o problema de uns e de outros, resolveremos o problema de todos ..."

Hoje Pinar del Rio pertence também ao mundo, assegurou, e enumerou as impressionantes conquistas socioeconómicas desse território, nas últimas décadas.

Citou entre elas a actual taxa de desemprego de apenas 1,1%, a qual se qualifica no mundo de pleno emprego; e a edificação de obras de benefício económico e social, inclusive 31 barragens e 65 micro barragens que contêm mais de um bilhão de metros cúbicos de água.

Mencionou também a taxa de mortalidade infantil que em 2005 foi de 5,4, uma das mais baixas registradas na história.

Destacou que o nível de escolaridade supera a nona série; a província conta com 44 591 graduados universitários e antes de 1959, tinha apenas 541; agora há 80 vezes mais graduados desse nível.

Referiu-se também às condições naturais, excepcionais do território para a actividade turística, com duas Reservas da Biosfera, título honorifico que a UNESCO outorga em reconhecimento aos valores ecológicos especiais de uma região.

O líder da Revolução brindou um amplo panorama sobre os progressos nos serviços de saúde, na restauração de imóveis e instalação de tecnologias de ponta em centros hospitalares, e afirmou que no final deste ano, o país albergará 20 mil estudantes latino-americanos de medicina.

Enumerou as tarefas cumpridas pelos trabalhadores sociais no programa de poupança energética que se realiza no país, incluindo a substituição de 610 mil lâmpadas incandescentes pelas económicas. Estiveram presentes no ato trabalhadores destacados na instalação dos novos geradores, dirigentes do Partido Comunista de Cuba, do Estado e do governo, instituições militares e representantes do povo pinarenho, e outros convidados.

Fidel Castro Ruz

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