União Européia entra em acordo sobre crise no Iraque

Os líderes dos 15 países membros da União Européia (UE) e os 13 países candidatos à adesão, entre os quais os dez que vão aderir ao bloco em Maio de 2004, aprovaram hoje em Bruxelas uma declaração comum sobre a crise no Iraque.

Eles pretendem evitar novas divergências sobre o assunto, como as que foram constatadas nos últimos dias de discussão e que foram inflamadas, entre outras coisas, pelas declarações do presidente francês Jacques Chirac.

O documento é resultado de uma polêmica que ganhou forma na segunda-feira, quando os líderes dos 15 membros da UE se reuníram para discutir a crise no Iraque. Eles assinaram uma primeira declaração conjunta na qual decidem continuar as inspeções da ONU em busca de armas de destruição em massa em território iraquiano.

Mas esse encontro, que contou com a presença do Secretário das Nações Unidas, Kofi Annan, e do presidente do Parlamento Europeu, Pat Cox, deixou claras as divergências existentes entres os países europeus. O bloco está atualmente dividido em dois grandes grupos: o primeiro liderado pela França, que conta com o apoio da Alemanha, Bélgica, Suíça, Finlândia, Áustria, Luxemburgo e Grécia, e que se posiciona contra a guerra, e o segundo, que tem como pilar a Grã-Bretanha, principal aliada dos EUA.

A França se mostrou mais uma vez como pólo de resistência aos projetos do governo George Bush. O presidente Jacques Chirac aparece como um dos principais líderes, não só da União Européia, mas de toda a Europa e seus comentários movimentaram as discusões. Ele fez suas duras críticas aos líderes europeus que declararam apoio aos EUA sem discutir o assunto em conjunto. "Isso não é um comportamento responsável. Eles perderam uma ótima oportunidade de ficarem calados", disse o presidente francês, fazendo alusão direta a declaração assinada por sete dos dez pretendentes a membros no fim de janeiro.

A declaração assinada hoje coloca a Europa novamente em cena com um bloco único. Apesar não chegar a um acordo sobre quanto tempo deve ser dado ao presidente Saddam Hussein até que o governo coopere integralmente com os inspetores, o documento serviu de apaziguador no grupo europeu. De lado favorece a opinião anti-conflito, pois explica que "a guerra nao é inevitável. A força só deverá ser utilizada em último caso", e lembra que o fim da crise depende principalmente do regime iraquiano, que deve se conformar com a exigências do Conselho de Segurança. "Os inspetores não podem continuar de maneira indefinida sem cooperação total do Iraque". Entretanto, não descarta a possibilidade de medidas mais duras, e mesmo de um ataque, pois enfatiza que esta é "a última chance para que a crise seja resolvidade de maneira pacífica" .

Silvano Mendes PRAVDA.Ru PARIS

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