Egito estabelece Estado de Emergência em meio a revolta

A presidência interina egípcia proclamou nesta quarta-feira (14) às 16h10, hora local, o Estado de Emergência por um mês, em meio ao recrudescimento dos enfrentamento com leais ao derrocado presidente Mohamed Mursi.

Um comunicado oficial assinala que o presidente provisório, Adli Mansour, ordenou ao Exército adotar as medidas necessárias para preservar a segurança, enquanto aqui e no interior membros da Irmandade Muçulmana (IM) enfrentam a polícia depois da entrada das forças de segurança nos acampamentos de manifestantes no Cairo e na vizinha província de Giza.


A concentração em Giza foi dispersada, mas a maior, no bairro de Cidade Nasser, no Cairo, mantém-se e é o palco dos conflitos mais fortes.


O anúncio da medida de exceção aconteceu após outro que suspendeu o tráfego ferroviário do sul, onde a IM tem sua principal base de apoio; e o bloqueio com forças do Exército e da polícia da Cidade Nasser, o que isola a capital do resto do país.


Forças militares e manifestantes pró-Mursi se enfrentam nos arredores da mesquita Rabaa Al Adawiya, no distrito da Cidade Nasser, assim como em cidades do norte e do sul, onde foram registrados distúrbios durante os quais foram incendiados vários quartéis da Polícia.


Cifras oficiais afirmam que o número de mortos nos confrontos entre militares e islamistas até 12 horas ascendia a 95 e os feridos a 974.


Em contraposição, uma porta-voz do Partido Liberdade e Justiça, o braço político da IM, assegurou que as mortes passam de 2.200 e os feridos de 10 mil até o meio-dia.


A operação contra os acampamentos de manifestantes islamistas começou ao amanhecer com o lançamento de granadas a partir de helicópteros e, depois do meio-dia, ainda continuava com sinais de crescente violência.


O governo interino reuniu-se com urgência, enquanto as forças de segurança estreitavam o cerco sobre os milhares de leais a Mursi, concentrados há mais de 45 dias na Cidade Nasser.


Pneus incendiados, combates de rua e explosões de violência caracterizam a situação em vários distritos desta capital, onde os bancos, casas de câmbio e outros estabelecimentos fecharam suas portas pelo temor a saques, enquanto a população se abstém de sair às ruas.


Helicópteros do Exército sobrevoam a Cidade Nasser, onde permanece a principal concentração dos leais ao presidente destituído.


Na capital, duas estações de Polícia foram incendiadas, enquanto em Alexandria e Ismailia, no norte, e em Suez, Luxor e outras localidades sulistas eclodiram distúrbios contra a operação combinada do Exército e das Forças Centrais de Segurança sobre os acampamentos.


A possibilidade de uma operação contra as concentrações de islamistas fez-se mais latente ontem à noite quando o Ministério do Interior informou, em um comunicado, estar pronto para dispersar ambas as concentrações.


A invasão, ao amanhecer desta quarta-feira (14), acontece após várias advertências das autoridades interinas para que os partidários do derrocado presidente se dispersassem de maneira pacífica, sem conseguir resultados.
 
Fonte: Prensa Latina

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