Kosovo: Caos

Kosovo nunca esteve mais perto de uma guerra civil. A confiança mútua, as relações amistosas, a amizade inter-cultural que co-existia entre sérvios e albaneses foram destruídos pelo KLA, financiado e fornecido pelos EUA na sua interferência e intrusão criminosa nos assuntos internos de um estado soberano. O resultado, cinco anos depois, é visivel.

Pelo menos 22 pessoas morreram e mais que 500 foram feridas, muitas com gravidade, depois da pior violência étnica na história de Kosovo-Metohija, que causa a deslocação para a região de centenas de polícias da ONU e soldados da NATO.

A violência começou quando um rapaz sérvio com 18 anos foi morto a tiro em Caglavica por um grupo de albaneses que passavam de carro, na Segunda-feira. No dia seguinte, um grupo de sérvios perseguiu três crianças albanesas, que saltaram para o Rio Ibar e se afogaram. Na Quarta-feira, já havia disturbios graves entre as comunidades, com o uso de metralhadoras, armas ligeiras e granadas.

Não foi um incidente isolado. Houve ataques contra sérvios e actos de fogo posto contra seus imoveis em Mitrovica (norte), em Lipljan e Gnjilane (leste), em Caglavica e Kosovo Polje, perto da capital, Printina (centro) e em Belo Polje (oeste), provocando uma onda de protestos na Sérvia.

O administrador da ONU em Kosovo, Harri Holkeri, chamou os incidentes um “dia negro”. Foi muito mais que isso. Desde que a NATO atacou a República Federal da Jugoslávia em 1999 por causa da campanha para tirar a organização terrorista KLA (Ushtria Çlirimtare e Kosoves, ou Exército de Libertação de Kosovo em albanês) da região, que é, foi e sempre será parte integral da nação sérvia (desde Kosovo Polje), houve uma campanha constante pelos albaneses para esforçar os 70.000 sérvios que ficaram, a abandonar seus lares no Kosovo.

200.000 sérvios fugiram quando NATO atacou, libertando o monstro da Grande Albânia, que os extremistas querem criar. Todos os dias, albanesas atravessam a fronteira da Albânia para terem seus bébés em Kosovo para assim ganharem direitos de nascença, uma prática que continua há décadas. Se NATO (EUA) sabe disso ou não é impossivel de afirmar mas é verdade que alguns líderes do KLA foram recebidos em Washington pelo Congresso norte-americano antes e depois do ataque da NATO.

O primeiro-ministro da Sérvia, Vojislav Kostunica, disse ontem que “os eventos na parte nortenha de Kosovo-Metohija revelam as verdadeiras características do separatismo albanês, sua característica violenta e terrorista”. Uma bomba encontrada fora do quartel-geral da missão da ONU em Kosovo, UNMIK no dia 6 de Março alimenta receios que uma campanha orquestrada por terroristas internacionais está a começar na Província no sentido de semear as sementes de caos, criando as condições para fazer sair os restantes sérvios e a ONU, para que a “core business” do KLA (tráfico de drogas, armas e mulheres) posse florescer sem impedimentos.

É isso que Slobodan Milosevic tentava impedir antes do seu país ser tão selvaticamente atacado pela NATO e antes de ele ser raptado e levado à Haia.

O que acontece a seguir? Vojislav Kostunica favorece uma divisão de Kosovo-Metohija em cantões, enquanto os albaneses estão opostos a qualquer tipo de partição. Nenhuma seria necessária se NATO não tivesse interferido no tecido delicado e complexo da especial e única mixtura política e étnica nos Balcãs, impondo suas políticas imperialistas e belicosas.

Agora há sérias dúvidas se as eleições no outono irão resolver alguma coisa. Mais um desastre da política externa de Washington.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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