Escudo de Defesa Anti-Míssil – outro desastre de Bush

Que Washington era obcecada com o Escudo de Defesa Anti-Míssil na altura da presidência de George Bush sénior, e continua a ser sob George Bush júnior, não hajam dúvidas. No entanto, este escudo que custa bilhões de dólares é suposto proteger os norte-americanos contra quê? Um Pai Natal doido que quer destruir a América utilizando um trenó balístico? Uma junta de renas-bomba suicidas?

Depois de muitos anos de trabalho e dezenas de bilhões de dólares em investimentos, o projecto – distribuído ao clique de elitistas corporativos que gravitam a volta de Bush e Cheney e Rumsfeld, cuja manipulação do medo lhes deu mais quatro anos no poder, o resulto é um grandioso desastre.

No primeiro teste em dois anos, realizado na terça-feira, o sistema falhou porque um míssil interceptor não se lançou – parece que os EUA têm alguns problemas hoje em dia em lançar projécteis para o espaço, pois se quiserem lá ir, têm de ir bater à porta de Moscovo, que com uma fracção do investimento e recursos, consegue manter o programa espacial a funcionar normalmente. Também não desperdiça centenas de bilhões de dólares massacrando crianças e mulheres no Golfo.

Parece também que George Bush tem muito jeito em desperdiçar bilhões de dólares dos seus contribuintes em equipamento e campanhas militares (200 bilhões já gastos no Iraque, que continua mesmo assim em caos) e agora, dezenas de bilhões de dólares anualmente num sistema EDAM que é tão poroso e desactualizado como um pedaço de mata-borrão.

E o EDAM é para quê? Para os norte-americanos se sentirem mais seguros? Contra quê? Quem vai lançar mísseis contra os Estados Unidos? E mesmo aqueles que têm esta possibilidade, iriam utilizar um tipo de míssil que o EDAM não conseguiria interceptar. Por isso o “escudo” é nada mais do que um brinquedo antiquado dos tempos da Guerra Fria, com que brinca esse grupo de antiquados e desequilibrados elitistas corporativos que ou são senis demais para estarem nos seus postos ou então utilizam o “escudo” para providenciar contratos bilionários aos seus amigos.

Evidentemente, se uma organização terrorista quisesse semear o pânico nos EUA, seria bastante fácil fabricar engenhos explosivos e deixá-los em centros de população e seria quase impossível de obter um míssil intercontinental balístico. Colin Powell poderá acreditar que se pode transportar um ICBM às voltas num deserto qualquer “em veículos” mas Colin Powell até acreditou na teia de mentiras descaradas que ele teceu, ele e tantos outros, acerca das ADM no Iraque. Um ICBM não se pode produzir numa oficina nem esconder no quintal.

Nem se entende a obsessão de Washington em termos duma ameaça nuclear (ou “nucular” para que o presidente Bush possa entender melhor), porque sistemas nucleares não precisam de ser lançados num míssil.

Então qual é a razão por Bush desperdiçar mais bilhões de dólares do seu povo, em vez de investir em centros de saúde e em escolas, em infra-estruturas que faltam amiúde por toda a parte nos Estados Unidos? Por quê é que se mantém obcecado por sistemas bélicas que não funcionam e que são obsoletos, que são encarados com hostilidade no resto do mundo? Porque os EUA se prepara para algo?

Se George Bush quer acreditar que um estado “paria” como a RDP Coreia (Paria? A Coreia do Norte invadiu outro país ilegalmente? Chacinou dezenas de milhares de civis?) se prepara para lançar mísseis contra os EUA, vamos também acreditar que a Fada dos Dentes vai deixar dois tostões por baixo da almofada, que Papá Noel desce a chaminé sem sequer se sujar e que Armas de Destruição Maciça de facto existem no Iraque.

Cada vez mais, as políticas de Washington se assemelham a aquilo que a profissão médica chama “delirium tremens”.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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