Colômbia: Milhões marcham contra o governo

Agricultores, índios, estudantes, trabalhadores…milhões de pessoas foram à rua para protestar contra a candidatura de Uribe e para exigir um fim às negociações para formar a ALCA com os Estados Unidos da América.

As forças democráticas da Colômbia deixaram uma mensagem clara na terça-feira que representam a única oposição séria às reformas pró-mercado defendidas pelo Presidente conservador Álvaro Uribe e sua tentativa anti-constitucional de ser re-eleito. Embora ainda goza duma taxa de aprovação de 70% devido à sua posição dura contra rebeldes marxistas, nada menos que 1,5 milhões de pessoas protestaram em todo o país para preencher o vácuo deixado pela oposição armada, que há muito tempo perdeu o contacto com o povo.

Os sindicatos lideraram as manifestações, que marcaram um dia de greve em Bogotá, Cali, Medellin e Barranquilla. Os manifestantes reclamaram contra o processo de negociações com os EUA, contra um aumento no desemprego, que chegou a 13% em Agosto e contra a pobreza, que aumentou por 60% devido às reformas pró-mercado nos anos 90. Também queixaram contra uma eventual alteração da constituição que deixaria o presidente se re-candidatar – sob a Constituição actual, ele não pode ser eleito por um segundo termo.

Em declarações à imprensa em Bogotá, o líder laboral Júlio Gomez disse que o sucesso da greve foi devido “às notáveis taxas de desemprego e a extrema pobreza dos agricultores”. Embora a economia da Colômbia tenha crescido por 4% no ano passado, a crise social chegou a níveis sem precedentes.

Os organizadores da greve declararam que o evento era singular porque pela primeira vez em muitos anos, os sindicatos e os partidos democráticos da esquerda “juntaram seus esforços contra o comércio livre e contra reformas nas pensões, políticas que são controladas pelo FMI para garantir que a Colômbia pague sua dívida externa atempadamente”.

Hernan ETCHALECO PRAVDA.Ru

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