Espanha vira à Esquerda

O povo espanhol falou com voz muito clara ontem, tirando o Partido Popular (que não o é) do poder, partido que tinha apoiado a campanha assassina do regime de Bush no Iraque e instalando o PSOE (Partido Socialista Operária), que fez um número de promessas populares, entre as quais de tirar as tropas do Iraque.

Esta medida foi confirmada esta manhã pelo futuro Primeiro-ministro, José Luís Rodriguez Zapatero, que declarou à imprensa que “A guerra no Iraque foi um desastre, a ocupação no Iraque é um desastre”.

O envolvimento da Espanha na guerra ilegal no Iraque foi fruto da relação entre o antigo Primeiro-ministro José Maria Aznar e o regime de Bush. Esta guerra, impopular desde o início, viu a última gota a ser derramada na quinta-feira passada, nos ataques horríficos contra civis em hora de ponta em Madrid, que provocaram o slogan “Vossa Guerra. Nossa morte” nas ruas das cidades espanholas.

José Zapatero também declarou que não haverá decisão firme até que forem feitas consultas políticas e disse na Rádio espanhola hoje que “As guerras como aquelas que ocorreram no Iraque só permitem a proliferação do ódio, da violência e do terror”.

Uma votação por 77% da população viu o voto do PSOE crescer de 34% em 2000 a 42%, enquanto o voto no PP encolheu de 44,5% em 2000 a 38%. Contudo, o PSOE não tem maioria absoluta, pelo que haverá muita negociação política nos próximos dias com os partidos menores.

São estas a Isquierda Unida 5%; CiU (Convergencia i Inió, Catalunha) 3%; ERC (Partido Republicano da Catalunha) 2,5%, PNV (Partido Nacional Vasco) 1,63%.

Na frente doméstica, a PSOE representa um salário mínimo mais alto (600 €) mais benefícos suplementares para as famílias pobres, programas de habitação social e um aumento nas condições de trabalho.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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