Americanos contra a guerra

Ninguém quer a guerra, apesar das estatísticas apresentadas por exemplo, pelo Sky News, aquele canal sensacionalista que mostra um grupo de Fuzileiros de Nova Iorque na fronteira de Kuwait com o Iraque, com o repórter Jeremy Thompson declarando que “há negócio ainda não acabado aqui”, insinuando que o regime em Bagdade tem algo a ver com o Al Qaeda de Osama bin Laden, seu inimigo.

As administrações em Washington e Londres não sabem o que fazer. Washington decidiu agir unilateralmente em retaliação contra o Afeganistão depois do 11 de Setembro, o Reino Unido apressou-se a juntar as suas forças ao seu “aliado” num momento em que ninguém tinha palavras a dizer contra esta iniciativa, tão injusta tinha sido o ataque contra as Torres Gémeas.

Só que desta vez, enganaram-se. Washington tinha de certeza pensado que vencido o Afeganistão (que não é bem o caso, porque os Taleban ainda estão lá e a autoridade do governo-fantoche de Karzai se limita a Kabul), poderia fazer um trote pela região, começando por Iraque, e em seguida Irão e talvez a Síria antes de concentrar-se nos recursos da Ásia Central.

Tal como Hitler, George W. Bush quer o petróleo na região do Mar Cáspio. Tentou tudo. Já fala de Saddam Hussein e Al Qaeda na mesma frase, uma posição reiterado por praticamente rodos os órgãos de média ocidentais.

Podem tentar mas não convenceram ninguém. 12 Congressistas e 15 pais de soldados norte-americanos instauraram processos judiciais contra o presidente George W. Bush e o Secretário de Defesa Donald Rumsfeld por tentarem fomentar uma guerra sem a autorização do Congresso. 73 professores de direito americanos confirmaram que estes processos tinham fundamento legal.

A administração norte-americana e os seus lacaios (Reino Unido, Portugal, Espanha, Bulgária e Itália) calcularam mal não só a opinião mundial mas também dos seus próprios órgãos de governo. No Reino Unido, Antony Blair está prestes a perder o apoio duma parte substancial do seu partido, na Espanha, ONGs estão preparados para levar José Aznar ao TPI se Espanha apoia um ataque contra o Iraque fora da autoridade da ONU e nos EUA, além destes processos, municipalistas de 127 cidades de pronunciaram contra a guerra. Entretanto, a Federação Russa, a França, a Alemanha, a China e 111 dos 116 países do movimento dos países não-alinhados estão firmemente entrincheirados contra qualquer resolução bélica.

Os EUA e o Reino Unido ainda não aprenderam a lição de que quem se isolar diplomaticamente, perde tudo.

Timofei BYELO PRAVDA.Ru

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