Caos no Iraque

A coligação EUA/Reino Unido causou a quebra total da autoridade, a interrupção do fornecimento da água e electricidade a grandes números de pessoas e encara uma catástrofe humanitária, fruto do seu ataque ilegal e assassina contra o Iraque.

As cenas em Bagdade repetiram-se um pouco por todo o país. Os bancos foram assaltados, as lojas saqueadas, palácios, centros comerciais, hotéis e edifícios do estado foram destruídos, os seus interiores levados em espólio pela multidão desordeira antes de serem incendiados. Entretanto, em Bagdade, houve tiroteios entre a população civil, quando os donos das lojas abriram fogo contra os saqueadores. 25 pessoas foram levadas aos hospitais sobrelotados com ferimentos causados por tiros, só na cidade capital.

O líder Xiita, Majid Al Khoei, foi assassinado ontem, provavelmente por milicianos pro-Saddam Hussein, em Najaf, com outro líder religioso, enquanto o chefe tribal que os britânicos escolheram para instalar ordem em Basra é rejeitado por uma grande parte da população, que reclama que os líderes tribais receberam milhares de dólares do regime Ba’ath para apoiar o Saddam Hussein e agora se venderam à coligação.

No norte do país, as forças armadas norte-americanas tiveram de assumir o controlo da administração das cidades de Mosul e Kirkuk, depois dos Turcos terem exprimido a sua preocupação no avanço demasiado rápido dos Peshmerga (combatentes) Curdos. Resta saber por quanto tempo os americanos terão de ficar.

Tendo destruído a cadeia de comando e controlo tão eficazmente, a coligação, na sua euforia colonialista, esqueceu que sob os termos da lei internacional, as forças de ocupação têm o dever de manter a paz e segurança dos civis, no que estão a falhar rotundamente.

Quem vai governar este país, que parece mais fragmentado com cada dia que passa, as opções de Rumsfeld, nomeadamente Ahmed Chalabi (Líder do Congresso Nacional Iraquiano) e o amigo pessoal Jay Garner, são vistos com alguma suspeita por outros órgãos. Chalabi, em especial, é tido como um charlatão pela CIA e pelo Departamento de Estado.

Enquanto o resto do mundo pede o envolvimento da ONU na reconstrução do Iraque (depois dos EUA e Reino Unido o ter destruído), o reduzido número de firmas que gravita à volta da Casa Branca, semeando e colhendo os benefícios das suas guerras, começa a esfregar as mãos nos preparativos de recortar o Iraque e os seus recursos, num frenesim neo-colonial e imperialista.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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