Argentinos apáticos com eleições em curso

Em bares e restaurantes, amigos, estudantes e empregados se juntam para trocar ideias sobre o que se passa em Bagdade, mas poucos passam o seu tempo falando da campanha eleitoral.

A apatia conquistou os corações dos Argentinos enquanto os políticos locais de confrontam com uma campanha política pouco interessante. Além disso os títulos dos jornais focam mais a guerra no Iraque que os candidatos.

Mario Wainfeld é o editor chefe da secção política de um dos maiores jornais nacionais, Pagina 12. Ele é um dos jornalistas Argentinos mais influentes mas desde a invasão liderada pelos EUA começou, ele tem tido menos espaço para ocupar com informação sobre os candidatos.

“Tenho que implorar aos directores por duas páginas para escrever sobre a campanha eleitoral”, diz Wainfeld enquanto observa como a secção dos assuntos internacionais ocupa mais e mais espaço. “O leitor Argentino quer ser informado sobre a guerra e perde o interesse na campanha eleitoral” diz ele.

Sem duvida que Marcelo Cantelmi é mais entusiástico. Ele é o editor chefe as secção internacional de Clarin, o maior jornal Argentino. “Eu tenho sempre que pedir mais espaço e agora tenho todas as páginas que quiser”, diz o antigo correspondente da Reuters em Buenos Aires.

Ainda por cima as estações de TV tentam satisfazer as exigências do público com notícias recentes sobre a guerra. Embora as eleições sejam daqui a três semanas, os líderes de opinião e analistas têm relatos mais atractivos de Bagdade que de Buenos Aires.

Por exemplo, na última quarta-feira houve um evento em Buenos Aires em apoio ao candidato Nestor Kirchner. Mas na quinta-feira o jornal dedicou pouco espaço ao evento, mesmo quando o Sr. Kirchner se encontra à frente das sondagens. Pelo contrário, havia uma cobertura completa sobre a guerra. Kirchner é um dos três candidatos do Partido Peronista participando na eleição de 27 de Abril, mas o único apoiado pelo presidente Eduardo Duhalde.

A propósito, os candidatos Argentinos debatem sobre que posição deve ser tomada relativamente à guerra liderada pelos EUA no Iraque. Eles têm em consideração que 95% da população está contra a guerra e assim eles tentam conseguir votos condenando a acção militar. No seu discurso quarta-feira à noite, no estádio River Plate, Kirchner repudiou a guerra dos EUA contra o Iraque e declarou “nos não queremos fazer bons negócios com as mãos sujas de sangue”, numa alusão à participação da Argentina na guerra do golfo de 1991, sob a presidência de Menem. Menem também concorre para presidente e se encontra em segundo lugar nas sondagens, seguido por Adolfo Rodriguez Saa

Segundo os analistas, por enquanto nenhum deles tem votos suficientes para ganhar e se isso se mantiver a Segunda volta terá lugar dia 28 de Maio. No entanto, enquanto essa guerra durar, a opinião pública Argentina vai continuar encontrando notícias mais interessantes sobre o Iraque que sobre a aborrecida campanha eleitoral.

Hernan ETCHALECO PRAVDA.Ru ARGENTINA

Traduzido por Ralitsa Zaitseva

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