Federação de Concelhos de Trabalhadores no Iraque sobre eleição

A Federação dos Concelhos de Trabalhadores e Sindicatos no Iraque emitiu ontem uma declaração muito crítica contra a eleição de 30 de Janeiro no Iraque, acusando as autoridades de tentarem dar legitimidade ao governo instalado pelos EUA e as forças da ocupação.

A Federação declara que “a campanha estava nas mãos de muito poucos partidos, nenhuma agenda política foi proposta pelos partidos...e mais grave, alguns grupos utilizaram motivos religiosos como utensílio nas urnas”.

O exemplo mais bradante para a Federação foi o Fatwa emitido por Al-Sistani, apelando ao voto e depois as ameaças proferidas pelos seguidores de Sistani, dizendo que Deus iria castigar os que não votaram nele.

“O regime utilizou todas as maneiras fascistas do antigo regime, cortando as rações daqueles que não votaram ou espalhando o boato que o falhanço nas eleições levaria à vitória dos Wahabitas que iriam massacrar os Shiitas”, disse a Federação, condenando este tipo de “terrorismo espiritual”.

“De modo geral, eles criaram uma cena política dramaticamente complicada, baseada em amedrontar as pessoas e espalhar o terrorismo”, continua a declaração, que acusa alguns oficiais de votarem em nome de certos sectores da população que não sabiam ler nem escrever.

Acusando os Estados Unidos de terem perpetrado um “show político”, a Federação declara que “conseguiram manter a etnicidade e divisão religiosa entre o povo iraquiano,” acrescentando que “o que eles chamam uma eleição nem é legítima, nem justa. Vai criar mais divisão e mais conflitos, fortalecendo e aprofundando o plano dos EUA na região”.

A Federação apela a todos os movimentos de trabalhadores e todos os sindicatos solidários com os trabalhadores no Iraque a rejeitarem os planos das forças de ocupação e rejeitar qualquer divisão baseada em etnicidade ou religião.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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