SIDA, uma questão de dinheiro

Steven Lewis, o enviado especial da ONU para a crise de VIH/SIDA em África, considera que o problema pode ser resolvido se a comunidade internacional doar uma quantia suficiente de dinheiro e se os países africanos fizerem o esforço necessário. Num mundo em que bilhões de USD estão a ser gastos no armamento, pesa a consciência colectiva perante um flagelo tão grande. Steven Lewis disse em Nova Iorque, depois da sua visita aos países mais afectados pelo pandemia de VIH/SIDA, “Por terrível que seja o problema da VIH/SIDA e por limitada seja a capacidade de resposta, embora que morram muitas pessoas, temos a certeza absoluta que a pandemia pode ser vencida com um esforço conjunto e Herculeano entre os países africanos e a comunidade internacional”.

Disse ainda que tinha ficado impressionado na sua visita a Lesoto, Zimbabwe, Malawi e Zâmbia, pelos progressos que foram feitos nos últimos meses, acrescentando que considera inaceitáveis as acusações que se levantam contra a determinação dos estados africanos de vencerem a doença.

No entanto, admitiu que para vencer esta crise, são precisos recursos enormes. Apela à comunidade internacional no sentido de apoiarem o Global Fund (Fundo Global) na luta contra a SIDA, Tuberculose e Malária (Paludismo). Os países mais desenvolvidas deixaram este Fundo cair em crise, por falta de financiamento. Senhor Lewis chamou este atitude “assassínio em massa por complacência”, acusação que parece acertada, dada a quantia de dinheiro gasto actualmente para sustentar fantasías bélicas, nem sempre bem fundadas.

“As pessoas que vivem infectadas com a SIDA estão numa corrida contra o relógio. Esta pandemia não pode continuar e os que a observam com uma espécie de equanimidade patológica têm de ser chamados a assumirem as suas responsabilidades”, disse Steven Lewis, postulando que há de vir o dia em que um tribunal irá considerar a negligência da comunidade internacional como crimes contra a humanidade.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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