Obama ameaça a Síria: "O objetivo é derrubar Assad"

O imperialismo americano muda de tática, mas não altera sua essência belicista e intervencionista. Em discurso proferido no Pentágono, nesta segunda-feira (6), o presidente Barack Obama abre o jogo: "A única maneira de lidar com o EI (Estado Islâmico) na Síria é formar um novo governo sem Assad que sirva a todos os sírios... Eu deixei claro que os EUA vão continuar a trabalhar para essa mudança de poder".

Obama assume mais uma vez sem nenhum constrangimento que trabalha para derrubar um governo legítimo, reconhecido pelas Nações Unidas e, cinicamente, liga isso à luta contra um grupo terrorista que os próprios EUA ajudaram a criar.

Em agosto de 2014 o Wikileaks, de Julian Assange, divulgou três mil documentos secretos que mostram que os EUA não só armaram os grupos que deram origem ao Estado Islâmico, como se recusaram a ajudar o governo da Síria a combater estes grupos.

Sobre a declaração de Obama, o site Sputnik News ouviu a opinião do especialista em questões islâmicas, Georgy Engelgardt, que apontou a inflexibilidade estadunidense - "para os Estados Unidos a remoção de Assad é um objetivo que não depende das mudanças na Síria. Eles 'colam' o seu objetivo a qualquer novo contexto. Eles estabeleceram esse objetivo como uma prioridade que deve ser alcançada e não podem admitir que toda a luta requer a participação do governo de Assad como força principal. Obviamente, no contexto das relações muito difíceis com a Rússia, os EUA estão tentando amarrar Moscou à sua política através desta retórica", disse Engelgardt.

A observação final de Engelgardt diz respeito a uma frase do presidente norte-americano no pronunciamento desta segunda. Segundo Obama, o afastamento de Bashar Assad foi discutido "com a liderança dos países do Golfo Pérsico, em Camp David e durante uma conversa telefónica recente com o presidente russo Vladimir Putin".

Sobre isso, no entanto, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, afirmou que a conversa realmente aconteceu, mas a Rússia mantém a mesma posição e está pronta para apoiar Damasco contra qualquer tentativa de ingerência.

A declaração de Obama desnuda os reais objetivos por  trás da recente resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU contra a Síria. Seis países votaram contra a resolução (entre eles China, Rússia, Cuba e Venezuela) e outros 12 se abstiveram.

Da Redação, com site Sputnik

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