Atenas: Aviso ou assunto local?

Nas primeiras horas da manhã, três bombas explodiram no distrito de Kalithea, Atenas, causando danos materiais a esquadras da polícia precisamente cem dias antes do inicio dos Jogos Olímpicos de 2004.

Um quarto engenho foi encontrado pelas forças de segurança e foi detonado, causando ferimentos ligeiros num agente de polícia que vigiava a operação. As duas primeiras explosões ocorreram num intervalo de tempo de cinco minutos, enquanto a terceira bomba explodiu cerca de 30 minutos depois. Um jornal grego tinha recebido informações sobre os atentados antecipadamente.

Costas Karamanlis, o Primeiro-ministro da Grécia, declarou hoje à imprensa que o ocorrido de hoje é um incidente isolado que de maneira alguma irá afectar a segurança dos Jogos. O BBC citou uma “fonte sénior policial” que afirmou que este incidente foi “um assunto local” perpetrado por grupos extremistas da esquerda política.

No entanto, o espectro da Al-Qaeda paira sobre o evento mais mediático em termos de TV, como sempre estará presente em todos os eventos que atraem grande número de pessoas – os ataques de Al-Qaeda são sempre sem aviso e com danos máximos.

Há muita especulação sobre o estado de prontidão dos serviços de segurança na Grécia, no entanto, dado a relativa facilidade em perpetrar um acto terrorista por um elemento determinado, com o dinheiro suficiente para comprar o equipamento adequado, tais dúvidas são redundantes.

A melhor forma de defesa é a união de facto entre todas as forças de segurança, aliado a um estado de alerta (mas não de pânico) do público em geral, que reporta cada incidente suspeito às autoridades.

Outra forma de resolver o problema é abordar as razões pela existência do terrorismo extremista islamista, nomeadamente o apoio sem condições dos EUA a Israel, que ocupa terras que não lhe pertencem, que constrói colonatos nestas terras, que restringe os movimentos dos habitantes legais (sob a lei internacional) destas terras e que responde em espécie a actos de terrorismo e assassínio feitos pelos extremistas. Desce ao mesmo nível.

Com certeza, os Palestinianos têm a opinião pública mundial no seu lado. Contudo, os terroristas não têm e nunca terão. Sejam terroristas de Estado ou não, sejam israelitas, palestinianos, iraquianos ou norte-americanos.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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