Bush, o da Alerta Vermelha

George W. Bush não precisa de basear qualquer decisão na verdade porque ele age sobre impulsos, formados por mentiras e meias-verdades, Jingoismo, ameaças, desinformação e proteccionismo da elite corporativa que gravita a volta da Casa Branca, tornando os ricos mais ricos e os pobres mais pobres mas…quem quer saber?

Quer saber o resto do mundo, pois. Embora não seja o direito de estrangeiros ou forasteiros se meterem nos assuntos dos Estados Unidos da América ou dizerem como o povo deste país há-de actuar (embora Washington o faz com cada dia que passa em estados soberanos), com certeza é o direito das pessoas que estão preocupadas com o decorrer dos eventos internacionais, exprimirem a opinião da comunidade internacional porque no dia 2 de Novembro, a população dos Estados Unidos da América tem uma responsabilidade colectiva colossal perante seu país mas também perante o mundo.

Quatro anos de George W. Bush e seu clique de homens de negócios elitistas que ditam sua política, divorciaram Washington inteira e absolutamente do resto da comunidade internacional. Os Estados Unidos da América agora são vistos como um estado paria, não só entre os seus inimigos tradicionais mas também entre antigos aliados na Europa Ocidental. Por quê é que George Bush teve de fugir da porta de trás de Número 10 de Downing Street, na casa do seu aliado mais firme? Nem se atreve a sair dum avião na maioria dos países e por qualquer razão será.

Campanhas políticas na Europa Ocidental utilizam fotografias de Bush e Blair para realçar a impopularidade dos líderes que os apoiaram, com títulos do tipo “Mentirosos!” “Assassinos!” De facto, Bush e Blair são dois mentirosos descarados e as palavras “Bush” e “mentiroso” já são sinónimos nos corações e mentes da maioria do povo fora dos EUA, cuja campanha choque e pavor no Iraque teve um efeito contrário a aquilo que era suposta ter.

Não só o Iraque está em caos e totalmente desestabilizado, o resto do mundo está firme contra o ultraje que foi a posição do regime de Bush perante a situação internacional depois do 9/11. Enquanto ninguém com o juízo perfeito apoia a atrocidade cometida em New York, a ligação de Bagdade e Saddam Hussein ao 9/11 é errado, incorrecto, uma fabricação e uma mentira.

Levanta a noção que 9/11 foi um incidente suspeito que foi artificialmente criado para forjar uma razão para atacar o Iraque, embora não há ainda provas concretas para fundamentar esta afirmação. Contudo, o regime de Bush rapidamente aceitou o repto e tentou utilizar o 9/11 como desculpa para atacar o Iraque, que agora descobrimos que nunca foi ameaça a ninguém, nem aos seus vizinhos.

O regime de Bush perpetrou um acto de chacina chocante no Iraque, assassinando cerca de dez mil civis, incluindo cerca de mil crianças, deitando bombas de fragmentação em áreas residenciais, para os fragmentos explodirem nas caras ou nos olhos das crianças que os apanharam, pensando que eram rebuçados, escolheram como alvos infra-estruturas civis, para depois distribuir os contratos aos amigos de Bush, sem concurso.

Este regime de Bush foi longe demais. São horas para uma mudança de regime. O povo norte-americano por isso tem uma responsabilidade monumental pesando nos seus ombros quando fizer sua decisão.

Será que a situação económica nos Estados Unidos está substancialmente melhor depois de quatro anos do regime de Bush? Será que ele conseguiu reduzir substancialmente o desemprego? Será que o sistema de segurança social está a funcionar? Será que ele entregou aquilo que prometeu relativamente aos serviços de saúde? Protegeu os veteranos nas forças armadas? Os Estados Unidos são mais seguros? O mundo está mais seguro? George W. Bush é competente?

Para os que dizem que ele defendeu suas ideias, não é a verdade. Ele defendeu as ideias daqueles que disseram para ele as defender, nomeadamente os amiguinhos do papazinho, Rumsfeld e Cheney, o primeiro um geriátrico cronicamente estúpido e o segundo um sinistro exemplo de maldade, que tem uma cicatriz em vez duma boca, que tem uma pedra em vez dum coração, super-rico e agora mais rico ainda depois da guerra no Iraque e mesmo assim, enquanto o conflito durar, os negociantes das armas que gravitam a volta de Bush ficarão mais gordos com cada dia que passa. Bush está numa posição ganhar-ganhar…até as eleições. Será que os seus tropas também estão?

Pode afirmar-se que o Kerry não tem carisma…mas não é carisma que os Estados Unidos precisam neste momento para ganhar outra vez os corações e mentes da comunidade internacional, vítima da campanha choque e pavor de Bush quando ele rebentava as caras e futuros e vistas e vidas das crianças do Iraque.

O que os EUA precisam é um homem com uma plasma política cursando nas suas veias, que joga um jogo político competente mas de baixo relevo, que trabalha atrás das cenas sem cansar para que os EUA entrem outra vez nos carris, nos mesmos carris na comunidade internacional e precisam dum perito em questões de segurança nacional. John Kerry personifica todas estas características.

Supostamente somos irmãos que vivemos a volta dum lago comum, ajudando uns aos outros com os nossos problemas e a resolvermos e gerirmos as crises. Bush destruiu este espírito de convergência e de confraternização com as suas frases sobre a “liga das nações” porque ele não pensa por si e simplesmente reitera aquilo que lhe diz o clique de ricalhaços que o rodeiam, que percebem tanto sobre a vida quotidiana do cidadão comum como percebe a criança iraquiana a razão porque seus membros foram amputados e a sua família chacinada por um bando de GIs que gritavam “Arde, seu filho da puta, arde!!” cantando com a música que emanava dos seus altifalantes.

Mas que belo exemplo para o resto da humanidade…ARDE SEU FILHO DA PUTA, ARDE!! ARDE, SEU FILHO DA PUTA, ARDE!! ARDE, SEU FILHO DA PUTA. ARDE!!

Crianças, mulheres, velhos?? A ardem, os filhos da puta? A arderem??

Será este o tipo de regime que o povo norte-americano quer escolher para os próximos quatro anos?

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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